sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mamaço Mundial

Mamaço Mundial - Florianópolis/SC

O convite é para todos que participaram do Mamaço Nacional e também para os que não puderam comparecer. O evento não é só para quem amamenta mas para todos que apóiam as causas! Dessa vez a ação não será apenas nacional, mas sim Mundial. Ocorrerá em várias cidades/estados do Brasil assim como em vários outros países.

Vamos nos reunir no sábado - 06 de agostoas 15hrs no Horto Florestal do Córrego Grandepara mais um grande Mamaço - Encontro pró-amamentação.O ato tem como objetivo defender o direito da mãe amamentar/alimentar seu filho em público, bem como incentivar e reafirmar os benefícios do aleitamento materno até dois anos de idade ou mais e como alimento exclusivo até os seis meses do bebê. E para isso também alertar sobre a necessidade do aumento da licença maternidade de 4 para 6 meses a todas as mulheres. Faremos um encontro para um pic-nic coletivo, onde cada um leva um lanche ou fruta e cangas/toalhas para forrar a gramapar e ficar mais aconchegante. Reuniremos a experiência de cada mãe e familiar para um bate-papo, trocar informações sobre a amamentação, dificuldades, dúvidas. Colaborando com o tema 2011 da Semana Mundial de Aleitamento Materno (do dia 1 a 7 de agosto) - A comunicação!


     

Seis de Agosto, sábado da Semana Mundial de Aleitamento Materno, foi a data escolhida para nos encontrarmos novamente para a realização do evento Mamaço Mundial. 

O movimento pela amamentação já é antigo e consolidado, basta ver quantas ONGs mantém atuante a conscientização e valoração da amamentação.
Mas, a expressão Mamaço, surgiu após a antropóloga Marina Barão, ter sido impedida, pela monitoria da exposição do artista plástico Leonílson, no Instituto Itaú Cultural da Avenida Paulista, com a argumentação de ser proibido se alimentar naquela sala.
A mãe portava seu bebê de dois meses num sling, que ao sentir fome, naturalmente o colocou para mamar.
Após o incidente, Marina organizou o movimento que chamou de “Mamaço Cultural”, onde reuniu pouco mais de 50 mães num evento apoiado pela instituição, que se retratou publicamente.

Paralelamente, nos dias que antecediam o evento, que aconteceu no início deste mês de maio, a jornalista Kalu Brum, publicou em seu perfil na rede social Facebook uma foto sua amamentando seu filho.
No dia seguinte, o Facebook enviou-lhe um comunicado, que sua foto seria retirada por conter conteúdo impróprio.
A Jornalista então criou uma comunidade na rede convidando a todos que trocassem a imagem de seus perfis, por uma foto de amamentação, e aludindo ao evento em São Paulo, chamou a comunidade de “Mamaço Virtual – Porque Amamentar é Beleza Pura!”, além de ter acontecido uma blogagem coletiva em muitos blogs escritos por mães.

Assim surgiu o evento “Mamaço Nacional”, que no dia 5 de junho deste mesmo ano Mães, seus familiares entre outras pessoas que apoiam a amamentação se reuniram em várias partes do Brasil em um 'Mamaço Nacional'. O ato teve a participação das cidades de: BélemBelo HorizonteSão Paulo, BrasíliaCampinas (SP)CuritibaRecifeCampo GrandePorto Alegre, além de Florianópolis.

Os eventos foram um sucesso, pois abriu ainda mais espaço para discutir a valorização da amamentação, fazendo o tema ainda mais presente nas mídias e nas pautas do congresso e acostumando os olhos da sociedade ao ato natural de amamentar.

O evento está novamente sendo produzido por mães em caráter informal, sem fins lucrativos.

Mesmo que você não compareça, promova a comunicação!
Divulgue no twitter, facebook, orkut, blog. E apoie esse ato!

Quem tiver interesse em colaborar
ou obter mais informações entre em contato:
Mariana Andrade

mah.and@hotmail.com


Procure informação de data e local na sua cidade/país.
Se tiver facebook, pode encontrar/perguntar aqui.

Sling Danicole

    Essa mãe super gata é a Regiane com sua pequena linda e dorminhoca Nicole - que pelo visto gostou muito do colinho. 
     Nos conhecemos pela Doula Cristina. Nesse dia a Regi já usava um Ring Sling mas adorou o Wrap Sling Dasofia. E o escolhido foi esse Verde-Oliva que sempre arrasa!
   Se você também quer um é só entrar em contato pelo e-mail:
  mah.and@hotmail.com


APROVEITA que a PROMOÇÃO é só este mês!!!
(de R$70,00 por R$50,00 com frete grátis)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Barriga sim, e daí?

Katie Holmes
Já tinha lido a matéria (a seguir) a algum tempo, no meu pós-parto, confesso que fiquei até mais contente em saber que sou normal - e o melhor  de tudo saber que modelos também são gente como a gente! Além de ter dado de cara com essa linda modelo (Lizzi Miller) novamente, está rolando na internet a foto da atriz Katie Holmes - casada com Tom Cruise com quem a 5 anos teve sua filhinha Suri. A foto tem gerado discussões na redes sociais, péssimos comentários e notícias tão péssimas quanto sobre a barriga flácida, esquisita e bizarra (sic - todos adjetivos dados por 'jornais').

Por Martha Mendonça - Revista Época - Ed. 589 - 31/08/2009 
A foto de uma modelo americana reforça um novo padrão de beleza que exibe as mulheres como elas são, e não como impõe a ditadura da moda.
Lizzi Miller
Até a página 193 da edição de setembro da revista americana Glamour tudo estava normal: reportagens de beleza, moda, celebridades. Ao virar para a página 194, a leitora deu de cara com a modelo Lizzi Miller, de 20 anos, ilustrando uma matéria sobre autoimagem. Clicada de lado, ela aparece linda, loura, sorridente, seminua, os braços escondendo naturalmente os seios – mas não a barriga. E, de fato, havia uma barriga. Proeminente, mole, levemente caída. Alguma coisa estava fora da ordem. No mesmo dia, a revista recebeu dezenas de milhares de e-mails comentando o fato. As leitoras estavam surpresas. A maioria, feliz. “Estou sem fôlego de alegria… Amo a mulher na página 194!”, dizia uma das mensagens. “É essa a aparência de minha barriga após dar à luz meus dois filhos!”, escreveu outra. A fotografia virou notícia na internet, alvo de reportagens de outras revistas, como a Newsweek, e a modelo passou a ser conhecida como “a mulher da página 194”.

Editora-chefe da Glamour, Cindi Leive se surpreendeu com a repercussão. “A foto não era de uma supermodelo. Era de uma mulher sentada de lingerie com um sorriso no rosto e uma barriga que parece… espere… normal”, disse a jornalista no blog da publicação. Normal para as mulheres comuns. Mas não para as modelos de revistas, maquiadas e lapidadas pelos retoques digitais. O alvoroço em torno da barriga de Lizzi suscitou um debate: que tipo de beleza as mulheres querem ver nas revistas? Dono da agência 40 Graus, que lançou modelos como Paulo Zulu e Daniela Sarahyba, Sergio Mattos acha que uma revista feminina é lugar para mulheres de corpo perfeito. “Sou contra a magreza extrema, mas a boa forma é necessária. As leitoras estão comprando um ideal”, diz. Já para a antropóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro Mirian Goldenberg, autora de O corpo como capital, “ninguém aguenta mais ver só um tipo de mulher nas revistas”. Ela acredita que haja uma demanda pela diversidade. “Mais que estética, é uma demanda política pela fuga ao padrão. Por isso, não me espanta a discussão em torno dessa barriga”, afirma.

A aprovação das leitoras à foto da mulher da página 194 é mais um exemplo dos movimentos de libertação da imagem feminina. Está ligada, por exemplo, ao movimento internacional contra o abuso da maquiagem e do uso do Photoshop, liderado por um dos mais importantes profissionais do mundo da moda, o fotógrafo alemão Peter Lindbergh. Em maio, ele fez uma série de capas para a revista Elle francesa, com atrizes e modelos de cara lavada, o que fez com que outras publicações aderissem à ideia. No mês passado, ÉPOCA publicou o mesmo tipo de ensaio com modelos como Isabeli Fontana, Raica Oliveira e Raquel Zimmermann. Foi uma das mais comentadas – e elogiadas – matérias da revista neste ano. Os cabelos também estão no alvo. O livro Meus cabelos estão ficando brancos, da americana Anne Kreamer, faz sucesso entre as mulheres que não querem mais ficar prisioneiras das tinturas e, ainda assim, continuar belas e desejadas.

Beth Ditto
É muitas vezes de forma chocante que o padrão se rompe. Bem mais polêmica que a “quase-normal” Lizzi Miller, a cantora e estilista Beth Ditto virou ícone de moda e atitude nos Estados Unidos. Vocalista do grupo The Gossip, já posou nua na capa de duas revistas. Uma delas a elegeu a pessoa mais cool do planeta. Beth faz striptease em seus shows e já declarou que gosta de ser chamada de feia e gorda. Polêmica parecida aconteceu com a cantora Preta Gil, cujo primeiro CD, em 2004, trazia sua foto nua. Na época, afirmou: “Já tive um filho, quilos a mais, estrias e celulite. Fiz lipo, tomei remédio, fui parar no hospital por ficar sem comer. Hoje acho meu corpo bonito, sensual”. Para Mirian Goldenberg, esses casos mostram que o antigo slogan feminista “meu corpo me pertence” – ligado à questão da sexualidade – está ganhando uma nova conotação. “É como se a mulher dissesse: meu corpo é esse e pronto. A mulher nua passa de objeto sexual a sujeito político”, diz a antropóloga.

No centro dessas questões está a autoestima feminina, mutilada pelas exigências de medidas e regras. Mas até que ponto são as modelos das revistas que motivam a insatisfação das mulheres com seu corpo? A psicóloga Joana de Vilhena Novaes, coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza da PUC-Rio, diz que o defeito apresentado pela modelo cultuada por sua beleza abre espaço para a mulher comum repensar sua própria imagem. O caso mais recente é o da atriz Juliana Paes, que apresentou celulites no bumbum e nas coxas, ao ser clicada num dia de sol na praia. A fotografia rapidamente encabeçou a lista das notícias mais lidas de sites e blogs. A audiência, dividida entre o escárnio e a defesa da beldade, pendeu bastante para o segundo time. “A hora, definitivamente, é das mulheres possíveis”, diz a psicóloga.

Juliana Paes
Não seria mais fácil as pessoas serem assim? Aceitando as diferenças um dos outros e principalmente se aceitarem naturalmente e serem Felizes como são! Se preocupando apenas com as coisas que importam de verdade e não só com o que são por fora!

sábado, 23 de julho de 2011

Documentário As Parteiras do Amazonas


Por trás da exótica cortina da floresta amazônica, de seu isolamento geográfico e social do resto do Brasil e de seus serviços médicos básicos, existem comunidades que mantêm a tradição das parteiras. Superando circunstâncias absurdas, elas conseguiram prolongar a vida da população da Amazônia graças às suas memórias ancestrais e seus conhecimentos sobre um dos maiores mistérios da vida: dar à luz. Guardiãs solitárias da vasta cultura oral amazônica, sua memória ancestral vai desde a preservação de preciosos remédios da floresta para doenças físicas até preces, contos e lendas, reais a imaginários, que oferecem consolo e aceitação a uma população vibrante, porém totalmente ignorante e isolada. E, é claro, elas também fazem partos. Muitos partos. No estado brasileiro do Acre, Dona Ida, de 93 anos, lembra-se, “Eu tinha 15 anos quando “aparei” uma criança pela primeira vez. Ele nasceu ao contrário. Deus me ajudou e eu consegui fazer o parto”. Ela não é uma exceção. O Ministro da Saúde do Brasil estima que hoje 60.000 parteiras tradicionais prestem serviços em todo o país, particularmente nas regiões norte e nordeste do Brasil. O documentário apresenta a história dessas mulheres dedicadas que recebem as novas vidas e confrontam a morte armadas com seus conhecimentos ancestrais que humildemente descrevem como “um presente de Deus”.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Coletor Menstrual para mulheres LIVRES

A maternidade me fez enxergar mais longe e com ela veio o interesse em cuida do planeta que vou deixar não só para minha filha, mas para todas as futuras gerações. Além das Fraldas de Pano, Método E.C., Amamentar (que não deixa de ser um ato pró-ecologia) entre outras que merecem postagem especial - em breve. Conheci (aqui) os Coletores Menstruais. AMEI a ideia pois confesso que sempre ODIEI (e é essa a palavra ideal pra expressar meu antigo sentimento, com certeza compartilhado com muitas, por ela) a menstruação. Desde a menarca esse assunto foi sempre constrangedor pra mim, assim como muitos outros. Mas após o parto além de compreender minha fisiologia, aprendi a respeitar, gostar e até esperar ansiosamente (e positivamente) o que antes era um martírio todo mês. Como pra mim - e pro planeta - foi benéfico venho compartilhar a informação para quem ainda não conhece.
 
Coletor menstrual é um dispositivo de barreira, desenvolvido para coletar o fluxo menstrual internamente. Ao contrário dos absorventes externos ou internos (tampões), coleta o fluxo ao invés de absorvê-lo. É um conceito inteligente e muito eficiente de higiene e ecologia feminina. As vantagens em usar um coletor menstrual são muitas!
 
1) Ecologia: não produz mais lixo com absorventes. Em um ano são 3 quilos a menos, em 10 anos, 30 quilos a menos de lixo no mundo!! Os absorventes comuns tem por matéria prima derivados químicos de petróleo. Depois de usados são material plástico contaminado impossível de reciclar, e cada um leva cerca de um século para se degradar.
 
2) Economia: você compra um coletor e o usa por vários anos ao invés de ter que comprar absorventes todo o mês, o que também é muito prático.
 
3) Praticidade: o coletor menstrual é pequeno e pode ser levado na bolsa sempre, evitando surpresas desagradáveis na sua rotina. Pode ser usado durante todo o ciclo menstrual, durante a noite, na prática de esportes ou na piscina, independente se o seu fluxo é intenso.
 
4) Conforto: o coletor é discreto e se molda ao corpo, você nem lembra que está usando, ao contrário do que acontece usando absorventes comuns.
 
5) Fácil de usar: no início você pode estranhar um pouco, mas com a prática, você vai tirá-lo e colocá-lo em segundos. O coletor é flexível e deve ser colocado dobrado na vagina. A flexibilidade permite que o coletor se molde-se perfeitamente ao corpo.
 
6) Higiene e cuidado: o coletor é de silicone hipoalergênico e não interfere na umidade natural da vagina (ao contrário dos absorventes internos que por serem de algodão ressecam a flora vaginal). Não tem látex, nem corantes e nem gel, portanto é ideal para as mulheres que ficam com a pele irritada ou até com assaduras pelo uso dos absorventes comuns. E além disso, como não há proliferação de bactérias enquanto o sangue não entra em contato com o ar, não sentimos odores desagradáveis.

O meu é MeLuna, Incolor, de bola pois penso ser o mais fácil de manusear, tamanho G por já ter filha e acreditar que tinha um fluxo intenso - que descobri estar errada. Mas existem várias outras marcar de coletores no mercado.
 

fontes:
Jardim de Om
Clã Filhas da Lua

terça-feira, 19 de julho de 2011

Campanha DOE UM SLING!


    Você tem um sling guardado na gaveta? Seu filho não usa mais? Você ganhou e não usou? Está usado mas em bom estado? Nós, da Associação de Carregadores de bebês do Brasil, lançamos a campanha *DOE UM SLING*! Com o objetivo de promover o uso deste acessório em comunidades carentes de todo o Brasil. De 10 de julho até 10 de outubro estaremos arrecadando no Brasil inteiro. Você quer, junto com a BWB - Babywearing Brasil, levar este conforto e ajuda pra mães carentes, que carregam 2, 3 filhos todo dia pros postos de saúde, creches, escolas, usando transporte coletivo ou caminhando kms todo dia? Queremos facilitar a vida delas e a sua participação é vital pra que isso aconteça. Entre em contato para doar o seu!


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Doc. HANAMI - O Florescer da vida

Quem ainda não conhece, indico que assista ao trailer que vale muito a pena! E se gostar, apoie essa idéia aqui e/ou compartilhando, divulgando esse projeto tão bonito.


Está na RETA FINAL (últimos 2 dias!) e falta pouco para alcançar a segunda tiragem de DVDs do filme que é distribuído gratuitamente por todo o mundo, principalmente pelo Brasil, que precisa tanto melhorar os índices de partos traumáticos.

Conheça também o Blog do Documentário Hanami.

Técnica auxilia mulheres que querem amamentar

A algum tempo atrás fui na casa de uma amiga ver como era e auxiliar no que pudesse nesse processo. É um barato! A cara do bebezinho mamando foi impagável! Espero que a informação auxilie muitas outras mamães!

Se, por algum motivo, você deixou de amamentar e quer voltar a dar o peito, conheça o método que torna esse desejo realidade
Por Manuela Macagnan

Voltar a amamentar é possível? Conversamos com a enfermeira Grasielly Mariano, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno da Escola de Enfermagem da USP (NEPAL), e ela garante que sim, que tem como voltar a dar o peito. Conheça a relactação, técnica que tem ajudado muitas mulheres a produzir leite para os seus bebês – sejam eles biológicos ou não.

Relactação é um termo desconhecido para a maioria das mulheres. O que significa? 
Relactar é um termo utilizado para mulheres que já amamentaram em algum momento da vida e querem voltar a produzir leite para alimentar um bebê, seja ele biológico ou não.
A relactação é muito comum em algumas comunidades africanas, onde as mulheres se disponibilizam a amamentar bebês e crianças órfãs. Por vezes, o leite materno é a única fonte de alimento para essas crianças.

Qual a diferença entre relactação e lactação induzida?
A relactação é praticada por uma mulher que já amamentou. A lactação induzida é um termo utilizado para estimular a produção de leite em mulheres que nunca amamentaram, como em casos de adoção.
Definitivamente, é possível uma mulher amamentar um bebê adotivo, embora seja preciso muita motivação e orientação de um profissional especializado. A técnica é a mesma, tanto na relactação quanto na lactação induzida, mas, nessa última, pode ser necessário o auxílio de galactogogos, medicações e ervas capazes de estimular a fabricação do hormônio prolactina--que induz a produção de leite-- na glândula hipófise.
Um bom planejamento para as estimulações das mamas também é fundamental, nessa situação.

Em que casos a relactação é aconselhada? 
As indicações são muitas. Veja algumas delas:
- Mulheres que não puderam amamentar seus bebês, logo após o nascimento, por internação materna ou do bebê.
- Bebês com alergias alimentares, como ao leite de vaca, após o desmame.
- Bebês relutantes a sugar a mama da mãe.
- Mulheres que apresentam alguns casos de hipogalactia, que é a diminuição da produção de leite materno.
- Diante das dificuldades iniciais da amamentação, algumas mamães deixam de oferecer o peito, por falta de orientação profissional, desmotivação ou influência de terceiros, mas podem ser beneficiadas com a relactação.
- Há mães que simplesmente não produzem colostro por dias, após o nascimento do bebê. Aí, é necessário complementar a alimentação com fórmula infantil que, nesse caso, pode ser oferecida de maneira que estimule a criança a sugar, também, as mamas, induzindo a relactação.

É possível que uma mulher que parou de amamentar volte a produzir leite? 
Sim, totalmente possível. A estimulação das mamas, manual, elétrica ou por meio da sucção do bebê, favorece a produção de leite, entre 15 e 45 dias após o início da intervenção.
      

Como funciona a relactação? 
Uma sonda do tipo nasogástrica nº4 ou uma de aspiração – facilmente encontradas em casas de materiais cirúrgicos--tem suas pontas cortadas e aparadas. Uma das extremidades é fixada, com fita hipoalergênica, ao mamilo da mulher e a outra é mergulhada em um recipiente com leite humano, que pode ser obtido em um banco de leite.
Ao sugar, o bebê recebe o alimento através da sonda, ao mesmo tempo que estimula a mama. A sucção induz a hipófise, glândula localizada no cérebro, a comandar a produção dos hormônios prolactina (responsável pela produção de leite) e ocitocina (responsável pela ejeção). O interessante é que o bebê não desiste de sugar porque tem o leite como motivação, para saciar suas necessidades, ainda que não seja, integralmente, proveniente de sua mãe.
À medida que a produção materna aumenta, menos complemento é oferecido, através da sonda. O processo todo dura de 15 a 45 dias e depende de uma série de fatores como a idade do bebê, o intervalo entre o desmame ou parto e o momento da relactação, a rede de apoio com que a mulher conta, o acompanhamento profissional, a correta estimulação das mamas - que deve acontecer, impreterivelmente, a cada duas horas, totalizando 12 vezes em 24 horas - e, principalmente, a motivação da mãe, já que esse é um processo que demanda tempo e energia não só dela como de toda a família. É preciso, também, que os parentes ajudem a mulher, com os afazeres domésticos, para que ela esteja disponível para relactar.

A relactação é possível em bebês de qualquer idade? 
Sim. Um estudo científico australiano mostra que mães de bebês com mais de 12 meses relactaram. É preciso ressaltar que uma das principais dificuldades do processo é fazer com que o bebê aceite a mama da mãe. Quanto mais velho ele for, mais difícil fica. Quanto mais novo, mais fácil será.

Para garantir o sucesso da relactação, é preciso fazer uso de medicamentos?
Não, necessariamente. Realizei uma pesquisa científica para conhecer o número de mulheres que necessitaram de auxílio de estimulantes (chamados de galactogogos), durante o processo de relactação.
Os estudos selecionados relataram os métodos utilizados para estimular a produção de leite humano, além de outros aspectos, como: idade da criança, intervalo entre o parto ou o desmame e a relactação, necessidade de galactogogos.
Dentre nove artigos avaliados, com um total de 1119 mulheres participantes, quatro fizeram uso do medicamento. A maioria das mulheres não necessitou dele para relactar, mesmo as mães de crianças mais velhas e com maior intervalo entre o desmame e a re-amamentação.
Esse estudo será apresentado, na íntegra, no Congresso Internacional da Escola de Enfermagem de Coimbra, em Portugal, no mês de setembro de 2011.

Quando a relactação é inviável?
Quando o bebê se recusa a mamar, quando a mãe tem uma deficiência orgânica importante como, por exemplo, cirurgia que implique em grande retirada de tecido mamário, e quando a motivação não é suficiente para enfrentar as dificuldades do processo. Os outros fatores que interferem no sucesso da relactação podem ter seus impactos minimizados, se a mamãe realmente deseja amamentar.

Qual o conselho para as mulheres que querem voltar a amamentar?
Que sigam seus corações. A amamentação tem um significado único para cada mulher e, se você deseja voltar a produzir leite para o seu bebê – mesmo que não seja biológico -, motive-se e procure ajuda para iniciar o procedimento. Amamentar, assim, é possível e já acompanhei muitas histórias de sucesso. Cerca de 88% das mulheres que tentam conseguem produzir leite para amamentar, exclusivamente, um bebê.
O leite materno é um alimento completo e tem mais de 200 componentes impossíveis de se copiar industrialmente, e que trabalham para proteger a saúde de seu bebê.
Por experiência, posso dizer que é emocionante acompanhar mulheres que desejam amamentar e iniciam o processo de relactação. É emocionante ver a primeira gota de leite sair. É emocionante ver a alegria da mãe quando retiramos a sonda e deixamos o bebê mamar naturalmente, quando já há uma boa produção de leite materno. Essa é uma das mágicas do corpo humano.




fonte: Bebe.com,br

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sling Doléo

    Esses dois lindos são a Aline e o Léo. Conheci ele bem pequetinho e hoje já é praticamente um homem formado (rs). O primeiro sling que a Aline escolheu foi o de Argolas (Ring), mas como eles não se adaptaram trocamos por esse de Amarração (Wrap) e pelo visto foi uma boa... Olhem as carinhas de felicidade!



Se você também quer um desses, entre em contato
mah.and@hotmail.com
Aproveita que no mês de julho o Wrap está na promoção!

Diabetes Tipo I e Gravidez

Uma futura mãe me questionou sobre a possibilidade de ter parto normal mesmo tendo Diabetes melitus tipo 1. Procurando e Lendo sobre o assunto encontrei essa matéria - bem completa, com todas as informações relevantes sobre - e Decidi compartilhar!


Escrito por Karen Cristine Abrão
Os avanços no tratamento do diabetes melito tipo I permitiram que grande parte das diabéticas tenham qualidade de vida muito próxima do normal. Sem tanta preocupação com problemas da própria saúde, surgem desejos naturais, como o de ter um filho. A gestação de mulheres diabéticas é sempre considerada uma gestação de alto risco, no entanto, com um bom acompanhamento pré-natal, os resultados assemelham-se aos de pacientes não diabéticas. Veja aqui algumas dicas para ter uma gravidez saudável!
 
Controle bem o diabetes antes de engravidar
Não espere engravidar para verificar o controle, pois a gravidez em uma diabética mal-controlada aumenta os riscos de aborto nos primeiros 3 meses e também a chance de malformações do bebê. Uma boa medida para avaliar se o seu controle está adequado é a hemoglobina glicada, ou hemoglobina glicosilada, um exame que reflete a média dos controles do açúcar no sangue nos últimos 2 a 3 meses. Atualmente, recomenda-se que a hemoglobina glicada esteja menor ou igual a 6,5% para que a mulher comece a tentar uma gravidez.
 
Planeje antecipadamente as mudanças necessárias na sua rotina
Isso não serve apenas para a gestação, afinal de contas, você está prestes a ter um bebê! Várias coisas mudarão na sua vida e você precisa ir se preparando. Durante a gestação você deverá respeitar com rigor os horários das refeições e fazer um número maior de refeições por dia (as 3 principais e mais 3 pequenos lanches). Será preciso um maior número de picadas de dedo (dextros) para avaliar as taxas de açúcar no sangue diariamente, durante toda a gravidez. Isso acontece porque a necessidade de insulina vai mudando com o evoluir da gestação, e o médico precisará ir ajustando as doses.
Você deve adotar uma dieta mais saudável, se possível com avaliações frequentes de uma nutricionista, para adequar sua alimentação ao tratamento do diabetes. Portanto, comece a planejar o dia-a-dia, considerando seu trabalho, lazer e outras atividades, para que a gravidez chegue ao final com o melhor resultado possível.
 
Esteja no peso ideal
Além do bom controle da glicemia, estar no peso adequado ajuda a melhorar os resultados da gravidez para você e para o bebê.
 
Estabeleça um canal de comunicação entre o seu Endocrinologista e o seu Ginecologista e Obstetra
Durante a gestação, a boa comunicação entre esses profissionais é essencial para a tomada de decisões. Também é importante procurar um obstetra que tenha experiência no tratamento de gestantes diabéticas.
 
Se possível, faça uma consulta pré-concepcional
Assim o obstetra irá recomendar o uso antecipado de um suplemento nutricional chamado ácido fólico, que ajuda a prevenir malformações na coluna vertebral do bebê. Serão solicitados exames de doenças infecciosas que podem ser transmitidas ao bebê e reavaliados os seus exames do diabetes, para verificar o seu estado de saúde e modificações que possam ser necessárias antes de engravidar. Esse é um bom momento para você tirar todas as dúvidas e sair segura sobre o planejamento da gestação.



Dúvidas mais frequentes entre as futuras mamãe
 
Posso usar qualquer tipo de insulina na gravidez?
Atualmente existem vários tipos de insulina disponíveis. A maior experiência é com o uso de NPH e insulina regular, entretanto se você usa outras insulinas, como a Lispro, Aspart, Detemir ou Glargina e está bem controlada, poderá continuar utilizando o mesmo tratamento.
  
Meu bebê vai ter diabetes?
O risco dos filhos de mães diabéticas desenvolverem diabetes é maior se comparado com mães que não tenham a doença. No entanto, esse risco fica por volta de 3%, o que, em termos absolutos, não é muito. Portanto, o risco de ter um filho que desenvolva o diabetes não deve desencorajar mulheres diabéticas de engravidarem.
 
Por ser diabética, preciso fazer mais exames durante o pré-natal?
Alguns exames extras estão indicados em diabéticas. Já na primeira consulta, você precisa ter exames do funcionamento dos rins, ecocardiografia e exame do fundo de olho no início da gravidez. Se você tem esses exames recentes, tudo bem. Durante a gestação, o médico acompanhará suas glicemias e pedirá a hemoglobina glicosilada a cada 3 meses, para avaliar a evolução do controle. As ultrassonografias deverão ser mais frequentes, aproximadamente uma por mês, para avaliar o crescimento do bebê e também a quantidade de líquido amniótico. Estão indicadas duas ultrassonografias especiais: a ecocardiografia fetal, que avalia de modo mais completo a formação do coração do bebê e a dopplervelocimetria obstétrica, ou simplesmente ultrassom com doppler. Essa última tem um nome complicado, mas é um exame simples, que avalia a circulação do bebê e da placenta, com o objetivo de identificar se há um problema conhecido como insuficiência placentária (um defeito no funcionamento da placenta que pode dificultar o crescimento adequado do bebê). Outro exame que pedimos em diabéticas com mais frequência é a cultura de urina, pois a doença predispõe a infecções urinárias durante a gravidez.
 
O parto deverá obrigatoriamente ser cesárea?
Não, caso a gravidez evolua bem e o bebê esteja num tamanho adequado, você poderá ter um parto normal.
 
O diabetes traz algum risco para a saúde do bebê?
O diabetes mal-controlado pode trazer riscos para a saúde do bebê. No começo da gravidez pode levar a maior risco de malformações, especialmente defeitos na formação do coração fetal. Eleva-se também o risco de aborto. É importante salientar que, apesar de haver aumento no risco dessas condições em comparação à população não diabética, a grande maioria dos bebês de gestantes com diabetes tipo I não apresenta qualquer malformação ao nascimento. Do meio para o final da gestação podem aparecer outros problemas relacionados ao descontrole do diabetes, como por exemplo o crescimento excessivo do bebê, o que chamamos de macrossomia.


Mas não é bom o bebê crescer bastante?
 A resposta é não. Durante o parto, pode haver dificuldades se ele estiver acima do peso e, em alguns casos, será indicada uma cesárea. Além disso, o fato do bebê crescer muito rápido não significa que ele esteja amadurecendo adequadamente. De fato, bebês de mães diabéticas descontroladas podem nascer com bom peso e ainda assim precisarem de cuidados intensivos depois do nascimento, pois o diabetes pode atrasar o amadurecimento dos pulmões. Outra anormalidade que pode ocorrer é o aumento da quantidade de líquido dentro do útero (líquido amniótico), gerando desconforto no abdome da grávida, dificuldade para respirar e até mesmo desencadear um trabalho de parto prematuro pela distensão uterina.

A gravidez pode trazer complicações para a saúde da mãe diabética?
Felizmente, complicações graves não são comuns. As diabéticas que tem algum comprometimento da função dos rins, apresentam maior risco de doenças hipertensivas da gestação, principalmente a pré-eclâmpsia.

Faço contagem de carboidratos. Posso continuar?
Sim, mas haverá menor liberdade na escolha dos alimentos. Por exemplo, se você está acostumada a se esbaldar de chocolates e depois compensar com a insulina, isso não será permitido. Pense que QUALQUER gestante deve ter uma dieta adequada, independentemente de ser ou não diabética. Idealmente, a nutricionista calculará sua necessidade dietética em termos de calorias e carboidratos para cada uma das refeições, e lhe dará várias opções do que comer, com uma dose aproximadamente fixa de insulina para cada refeição. O emprego de correção de glicemia durante a gravidez não é o ideal, pois a gestante pode ficar várias horas com a glicemia elevada até que a correção seja feita. Na gestação, não queremos correr atrás do prejuízo, queremos nos antecipar a ele.

Depois do parto, poderei amamentar?
Sim, mas você deverá ter alguns cuidados. Sempre faça um pequeno lanche antes de cada mamada (como um copo de leite, por exemplo), pois a amamentação pode levar a hipoglicemias súbitas. Logo depois do parto, a necessidade de insulina pode diminuir bastante e as hipoglicemias ficam mais frequentes se a dose não for corrigida. Além disso, uma nutricionista irá orientá-la sobre o aporte calórico extra que você deverá ingerir enquanto estiver amamentando.

Em resumo, planeje-se, procure profissionais qualificados para acompanhá-la e tenha uma gestação tranquila!! Boa sorte!!

Este artigo foi escrito pela Dra. Karen Cristine AbrãoA Dra. Karen é médica, com especialização em Ginecologia e Obstetrícia. Professora do Curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi.


fonte: Ginecologiaonline

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A chance dos pais ficarem “grávidos”

 (Eu estava louca para postar sobre o Método Canguru aqui no blog, até que encontrei essa matéria e achei linda a participação e interesse dos pais. Esse método é praticado na maternidade onde minha Laura nasceu e em várias outras pelo Brasil. A pouco tempo fui lá conhecer um pouco mais sobre e saí fascinada, tanto por todo o método quanto pelos profissionais que auxiliam nesse lindo trabalho que fortalece o vínculo mãe-filho (e porque não pai-filho, não é) e salva muitos bebezinhos que resolvem nascer antes do tempo. Quem fabrica os 'cangurus' por lá são as próprias funcionárias. Os 'carregadores' são super simples mas feitos com muita criatividade. Amei!)


Eles já participam da técnica Canguru, que simula gestação e melhora saúde dos prematuros

Fernanda Aranda, iG São Paulo | 08/07/2011 11:42

Foto: Edu Cesar/FotoarenaAmpliar
Pais, como Netinho, aderem ao método Canguru, que simula gravidez para bebês prematuros. Na foto, ele aplica a técnica com Guilherme, um de seus trigêmeos de dois meses
Fã de Charlie Brown Júnior, apaixonado por skate, tatuado, barba por fazer e pai de primeira viagem. Euclides de Freitas Neto, 23 anos, o Netinho, sempre cultivou a aparência máscula e nem precisou da paternidade, experimentada só há dois meses, para revelar o seu lado emocional e até materno. “Se pudesse, eu amamentaria”, diz, sem um pingo de vergonha.
Para estes homens, cada vez mais interessados no cuidado dos filhos, as maternidades abrem as portas, reservam espaço e incentivam um papel tão ativo, que aproxima deles até mesmo a sensação de estar “grávido”.
No Hospital Santa Joana, em São Paulo, por exemplo, Netinho não só acompanhou de perto a chegada dos trigêmeos, nascidos em maio, como hoje - ao lado da mulher Rafaela Freitas, 21 anos - é peça fundamental na recuperação dos prematuros (um deles nasceu com só 590 gramas). Ele e ela se dividem na função diária do método Canguru, uma técnica que simula a gestação para os bebês que nascem com baixo peso. “É a chance que eu tenho de ficar próximo dos meus três filhos, de tocá-los, criar um vínculo que vai além do vidro da incubadora”, resume o pai.
O que é o Canguru?
O método canguru consiste em colocar recém-nascido por alguns minutos na região da barriga dos pais. Eles ficam seguros por faixas e, este contato pele a pele, promove troca de hormônios e estimula o desenvolvimento da criança como se ela estivesse no útero. A técnica, criada há 30 anos, coleciona evidências científicas sobre os efeitos positivos e virou política de saúde nacional em 2001. Mas até dois anos atrás, pontuam os especialistas, era um privilégio quase que exclusivo feminino.
“Nós nunca fizemos restrição aos pais. Mas de um tempo para cá eles começaram, de forma espontânea, a pedirem para participar”, afirma a diretora da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Santa Joana, Filomena Bernardes de Mello. “Os benefícios não ficam restrito aos bebês. As mães ganham com isso e os pais aprendem, desde a maternidade, a ter autonomia no cuidado com os bebês. Quando vão para casa, eles já estão participativos, sentindo que são responsáveis por aquelas crianças.”
Foto: Edu Cesar/FotoarenaAmpliar
Netinho e Rafaela dividem a tarefa de fazer o canguru com os filhos, Maria Clara, Guilherme e Rafa. O terceiro nasceu com 590 gramas e ainda não sai da incubadora
Estudos publicados no Caderno de Saúde Pública evidenciam que a alta hospitalar é acelerada nos bebês submetidos ao Canguru. As publicações científicas mostram ainda que a adesão à amamentação chega a ser ampliada em 82% com a técnica. Netinho, que na ponta da língua tem o horário e o peso que chegaram ao mundo Maria Clara (1,5 quilos nascida às 4h32), Guilherme (980 gramas e horário do parto às 4h34) e Rafael (590 gramas e às 4h35) não vê mesmo a hora de que seus pequenos durmam no quarto que começou a montar há três anos, quando ele e Rafaela começaram a planejar a chegada do bebê.
“Pedi licença no trabalho para cuidar dos meus filhos. Quero e preciso participar deste momento, que nem sempre é de alegria. A Maria Clara já faz canguru há mais tempo, o Gui começou há três dias e o Rafa ainda não pode sair da incubadora, por ser muito pequenino”, diz Netinho. “Mas enquanto faço a técnica com um deles, ficou segurando os dedinhos do Rafinha. É impressionante. Imediatamente, a frequência cardíaca deles todos fica estável e o pulmão respira melhor. Sinto que sou um super-herói”, completa ele, ao dividir a experiência com outros três pais que também faziam às vezes de “grávidos” na UTI do Santa Joana.
Ampliar a adesão
Um trabalho feito em uma maternidade pública do Rio de Janeiro, que acompanhou três pais de idades entre 19 e 68 anos para tentar mensurar a importância do canguru, mostrou que eles não sabiam que podiam fazer o método e nem freqüentaram o pré-natal junto com suas mulheres. Porém, quando viraram praticantes da técnica, eles “acariciavam seus filhos, relatavam estar felizes, percebendo que a criança se sente melhor quando está mais próxima”, descreveram os autores no estudo.
Foto: Edu Cesar/FotoarenaAmpliar
Além de ajudar na recuperação dos bebês, Netinho usa o tempo do Canguru para conversar com seus filhos. "Sinto que sou o super-herói deles"
O ginecologista e obstetra Alberto D’Áurea, que atua nas duas principais maternidades particulares de São Paulo (Santa Joana e Pró-Matre) avalia que não só após o nascimento, mas durante a gestação, o profissional de saúde precisa delegar funções aos pais. “Os homens de hoje são de outro tempo e um projeto gestacional montado a dois é muito mais saudável”, diz D´’Aurea. “As mulheres precisam ser generosas e aceitar a dividir este cuidado, porque os pais ficaram abandonados durante muito tempo, como se não fizessem parte da maternidade. Isso precisa mudar.”
Para aproximar os pais dos bebês, mesmo quando eles estão na barriga das mães, o ginecologista passa para eles a responsabilidade de estimular as mamas das mães, o que facilita a amamentação quando a criança nasce. “Passo para eles também a missão de cuidar da dieta quando elas estão hipertensas ou diabéticas. Quando eles cobram pela saúde dos filhos, ajudam a garantir a saúde das mães.”
O diretor da Maternidade do Hospital Samaritano, e consultor da CordCell (rede de células tronco e cordão umbilical), Edilson da Costa Ogeda, acrescenta outras táticas para os pais também sentirem-se grávidos. “Hoje realmente temos novos pais. Eles são mais participativos e a consulta de pré-natal é dele também. Por isso o médico precisa olhar nos olhos deste homem, perguntar quais são as dúvidas e abrir espaço para que ele pergunte tudo. Outro ponto importante é sempre convidá-lo para assistir ao parto.”
Futebol e sonhos
Netinho - que não sai da maternidade, comprou livros sobre o comportamento de prematuros e dos trigêmeos, dá conselhos às mães e aos pais – conta que fazer o canguru é mais do que levar um remédio natural aos filhos, participar do processo e se envolver com a criação deles. “É a hora que a gente conversa bem pertinho”, diz. “Digo para os meus filhões que, apesar de ser corintiano roxo, eles vão poder torcer para o time que quiserem. Conto para a Maria Clara que, se ela desejar, vou ensiná-la a andar de skate. Confesso para os três que, na hora da bagunça, quem vai dar bronca é a mãe.”

fonte: ig