segunda-feira, 18 de julho de 2011

Técnica auxilia mulheres que querem amamentar

A algum tempo atrás fui na casa de uma amiga ver como era e auxiliar no que pudesse nesse processo. É um barato! A cara do bebezinho mamando foi impagável! Espero que a informação auxilie muitas outras mamães!

Se, por algum motivo, você deixou de amamentar e quer voltar a dar o peito, conheça o método que torna esse desejo realidade
Por Manuela Macagnan

Voltar a amamentar é possível? Conversamos com a enfermeira Grasielly Mariano, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno da Escola de Enfermagem da USP (NEPAL), e ela garante que sim, que tem como voltar a dar o peito. Conheça a relactação, técnica que tem ajudado muitas mulheres a produzir leite para os seus bebês – sejam eles biológicos ou não.

Relactação é um termo desconhecido para a maioria das mulheres. O que significa? 
Relactar é um termo utilizado para mulheres que já amamentaram em algum momento da vida e querem voltar a produzir leite para alimentar um bebê, seja ele biológico ou não.
A relactação é muito comum em algumas comunidades africanas, onde as mulheres se disponibilizam a amamentar bebês e crianças órfãs. Por vezes, o leite materno é a única fonte de alimento para essas crianças.

Qual a diferença entre relactação e lactação induzida?
A relactação é praticada por uma mulher que já amamentou. A lactação induzida é um termo utilizado para estimular a produção de leite em mulheres que nunca amamentaram, como em casos de adoção.
Definitivamente, é possível uma mulher amamentar um bebê adotivo, embora seja preciso muita motivação e orientação de um profissional especializado. A técnica é a mesma, tanto na relactação quanto na lactação induzida, mas, nessa última, pode ser necessário o auxílio de galactogogos, medicações e ervas capazes de estimular a fabricação do hormônio prolactina--que induz a produção de leite-- na glândula hipófise.
Um bom planejamento para as estimulações das mamas também é fundamental, nessa situação.

Em que casos a relactação é aconselhada? 
As indicações são muitas. Veja algumas delas:
- Mulheres que não puderam amamentar seus bebês, logo após o nascimento, por internação materna ou do bebê.
- Bebês com alergias alimentares, como ao leite de vaca, após o desmame.
- Bebês relutantes a sugar a mama da mãe.
- Mulheres que apresentam alguns casos de hipogalactia, que é a diminuição da produção de leite materno.
- Diante das dificuldades iniciais da amamentação, algumas mamães deixam de oferecer o peito, por falta de orientação profissional, desmotivação ou influência de terceiros, mas podem ser beneficiadas com a relactação.
- Há mães que simplesmente não produzem colostro por dias, após o nascimento do bebê. Aí, é necessário complementar a alimentação com fórmula infantil que, nesse caso, pode ser oferecida de maneira que estimule a criança a sugar, também, as mamas, induzindo a relactação.

É possível que uma mulher que parou de amamentar volte a produzir leite? 
Sim, totalmente possível. A estimulação das mamas, manual, elétrica ou por meio da sucção do bebê, favorece a produção de leite, entre 15 e 45 dias após o início da intervenção.
      

Como funciona a relactação? 
Uma sonda do tipo nasogástrica nº4 ou uma de aspiração – facilmente encontradas em casas de materiais cirúrgicos--tem suas pontas cortadas e aparadas. Uma das extremidades é fixada, com fita hipoalergênica, ao mamilo da mulher e a outra é mergulhada em um recipiente com leite humano, que pode ser obtido em um banco de leite.
Ao sugar, o bebê recebe o alimento através da sonda, ao mesmo tempo que estimula a mama. A sucção induz a hipófise, glândula localizada no cérebro, a comandar a produção dos hormônios prolactina (responsável pela produção de leite) e ocitocina (responsável pela ejeção). O interessante é que o bebê não desiste de sugar porque tem o leite como motivação, para saciar suas necessidades, ainda que não seja, integralmente, proveniente de sua mãe.
À medida que a produção materna aumenta, menos complemento é oferecido, através da sonda. O processo todo dura de 15 a 45 dias e depende de uma série de fatores como a idade do bebê, o intervalo entre o desmame ou parto e o momento da relactação, a rede de apoio com que a mulher conta, o acompanhamento profissional, a correta estimulação das mamas - que deve acontecer, impreterivelmente, a cada duas horas, totalizando 12 vezes em 24 horas - e, principalmente, a motivação da mãe, já que esse é um processo que demanda tempo e energia não só dela como de toda a família. É preciso, também, que os parentes ajudem a mulher, com os afazeres domésticos, para que ela esteja disponível para relactar.

A relactação é possível em bebês de qualquer idade? 
Sim. Um estudo científico australiano mostra que mães de bebês com mais de 12 meses relactaram. É preciso ressaltar que uma das principais dificuldades do processo é fazer com que o bebê aceite a mama da mãe. Quanto mais velho ele for, mais difícil fica. Quanto mais novo, mais fácil será.

Para garantir o sucesso da relactação, é preciso fazer uso de medicamentos?
Não, necessariamente. Realizei uma pesquisa científica para conhecer o número de mulheres que necessitaram de auxílio de estimulantes (chamados de galactogogos), durante o processo de relactação.
Os estudos selecionados relataram os métodos utilizados para estimular a produção de leite humano, além de outros aspectos, como: idade da criança, intervalo entre o parto ou o desmame e a relactação, necessidade de galactogogos.
Dentre nove artigos avaliados, com um total de 1119 mulheres participantes, quatro fizeram uso do medicamento. A maioria das mulheres não necessitou dele para relactar, mesmo as mães de crianças mais velhas e com maior intervalo entre o desmame e a re-amamentação.
Esse estudo será apresentado, na íntegra, no Congresso Internacional da Escola de Enfermagem de Coimbra, em Portugal, no mês de setembro de 2011.

Quando a relactação é inviável?
Quando o bebê se recusa a mamar, quando a mãe tem uma deficiência orgânica importante como, por exemplo, cirurgia que implique em grande retirada de tecido mamário, e quando a motivação não é suficiente para enfrentar as dificuldades do processo. Os outros fatores que interferem no sucesso da relactação podem ter seus impactos minimizados, se a mamãe realmente deseja amamentar.

Qual o conselho para as mulheres que querem voltar a amamentar?
Que sigam seus corações. A amamentação tem um significado único para cada mulher e, se você deseja voltar a produzir leite para o seu bebê – mesmo que não seja biológico -, motive-se e procure ajuda para iniciar o procedimento. Amamentar, assim, é possível e já acompanhei muitas histórias de sucesso. Cerca de 88% das mulheres que tentam conseguem produzir leite para amamentar, exclusivamente, um bebê.
O leite materno é um alimento completo e tem mais de 200 componentes impossíveis de se copiar industrialmente, e que trabalham para proteger a saúde de seu bebê.
Por experiência, posso dizer que é emocionante acompanhar mulheres que desejam amamentar e iniciam o processo de relactação. É emocionante ver a primeira gota de leite sair. É emocionante ver a alegria da mãe quando retiramos a sonda e deixamos o bebê mamar naturalmente, quando já há uma boa produção de leite materno. Essa é uma das mágicas do corpo humano.




fonte: Bebe.com,br

2 comentários:

  1. MEU FILHO TEM 2 ANOS POSSO VOLTAR A DAR P/ ELE POIS ELE QUASE NÃO MAMOU POR PROBLEMAS. HOJE ELE PEDE MAIS NÃO DOU, POIS FALAM QUE NÃO É BOM.
    SEMPRE SONHEI UM DIA AMAMENTAR, MEU FILHO...ABRAÇOS

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  2. A minha opinião é de que se os dois gostam, não tem como 'não ser bom'. Não é mesmo?!

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