terça-feira, 16 de outubro de 2012

sling Rede

Carregador de Argola (ring sling) em mão de mãe criativa também é rede! É só firmar (ou 'afivelar') as argolas em algo seguro e amarrar a outra ponta com um nó firme. Depois curtir o embalo!

O slinguinho Dalaula, servindo de redinha!
detalhe: pra fofura da fralda de pano, além da gostosura da cria!

Tem também como fazer uma baita rede com os Carregadores de Amarrar (wrap slings)!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Esse wrap sling é de uma marca do exterior, a Ellevill. E as fotos são completamente lindas. (fonte: LovelyMaternity).


Confortável, conveniente e maravilhosamente elegantes.


Carregando seu bebê de forma segura e com classe.

Seguros e muito saudáveis para mãe e filho.

Com um pouco de prática você pode facilmente amarrar o bebê na sua frente ou nas suas costas e ter as mãos livres.
Escolha o que mais combina com você e seu filho e o sling certamente vai fazer parte de seu guarda-roupa.

Realmente uma expressão de estilo e classe.

Você também pode ficar assim elegante com Wrap Sling - Carregador de Amarrar Dalaula e com um preço bem acessível! Entre em contato mah.and@hotmail.com

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O parto não é um evento da medicina

LUIZ ROBERTO LONDRES

Desmedicalizar a saúde e desospitalizar a doença. 

Foram esses alguns dos muitos princípios que aprendi ao longo de meu curso médico, da minha atuação em consultório e em hospitais e, mais tarde, no intenso convívio com figuras ímpares em nossa atividade. 

Há 47 anos dirijo um hospital geral no qual, por muitos anos, havia uma maternidade. Convivi com colegas importantes e representativos da obstetrícia, com um intenso movimento de internação. 

Havia, entre eles, diferenças de posturas e de estatísticas, como no tempo de internação ou da utilização da sala cirúrgica, fosse por parto normal, fosse por uma operação cesariana. A seu lado, acompanhando as suas pacientes, estavam parteiras que se revezavam e ministravam cuidados pré e pós-parto. 

Elas, muitas vezes por impedimento do médico, faziam o parto de suas clientes. O sucesso de sua atuação e a satisfação pelo seu atendimento era uma unanimidade. 

O parto --e é importante que isso seja reconhecido-- não é um evento da medicina, é um evento da vida. 

Ele só passa a ser objeto da ação médica quando sua evolução aponta ou demonstra uma dificuldade ou uma anormalidade. E isso costuma ser detectado através de um bom acompanhamento pré-natal. 

Essa é a principal conscientização que deveria ser feita por aqueles que têm a missão de velar pela boa medicina. Como também em relação ao índice absurdo de operações cesarianas, em que o Brasil é um dos campeões mundiais. Em nosso país, o índice está em quase 50%. Na saúde privada, ronda os absurdos 80%. Essa é a grande distorção que hoje vive a nossa obstetrícia. 

Um documento do Ministério da Saúde de 2010 diz que "o parto e o nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais inserem-se no contexto das ações básicas de saúde". Em países de reconhecida qualidade de atendimento médico como Japão, Inglaterra, Suécia, Itália, França, Alemanha, EUA, Nova Zelândia, Austrália e Áustria há movimentos pela desospitalização do parto. 

Neste mesmo documento, há esta citação: "A hospitalização e o maior domínio das técnicas ampliaram as possibilidades de intervenção, tendo como um de seus resultados o progressivo aumento de cesarianas desnecessárias, aumentando os riscos à saúde para mulheres e bebês e implicando em elevação de custos para o sistema de saúde". 

Uma publicação da Organização Mundial de Saúde, "Having a Baby in Europe", diz que nunca foi provado que hospitais são locais mais seguros do que o domicílio para uma mulher que desenvolve uma gestação sem complicações. Diz ainda que estudos de partos domiciliares programados, em países desenvolvidos, mostram que as taxas de complicações e morte para mãe e filho são iguais ou melhores que as dos hospitais nos casos semelhantes. 

E então? Vale mais a resolução 265 de 2012 do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que proíbe médicos de assistirem partos domiciliares e a presença de parteiras nos partos hospitalares, ou o exposto por entidades como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde? Ou simplesmente nosso bom senso? 

LUIZ ROBERTO LONDRES, 71, médico e mestre em filosofia pela PUC-RJ, é presidente da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

aliviando os enjoos

praticamente toda gestante sabe o quanto é incômodo aquele enjoo 'matinal' do início da gestação (e que acompanham algumas o dia inteiro e por vezes até o bebê nascer!) e para aliviar de forma natural aqui vão algumas dicas para o dia-dia

- se o enjoo já vem pela manhã, assim que põe o pé pra fora da cama, procure ter a mãos água e algumas bolachinha de água e sal para comer antes mesmo de se levantar. Isso "acalma" o estômago.

- descansar bastante! se não tiver hora para levantar, se renda um pouco a preguicinha necessária, descanse o quanto puder. O estresse e a ansiedade são fatores psicológicos que podem desencadear os enjoos e a melhor  maneira de evitá-los é fazendo repouso. Além disso, quando estamos em repouso, nossos corpo consegue direcionar o fluxo sanguíneo para funções específicas do corpo, como a digestão, acelerando o processo.

- experimente ingerir alimentos de grande teor proteico ou de grande teor de carboidratos (como amendoins, nozes e granola). Estes alimentos ajudam a absorver o excesso de ácido estomacal e o açúcar no sangue, que pode levar ao enjoo.

- coma o que sentir vontade (aproveite os 'desejos'). É melhor comer qualquer coisa do que nada.
- evitar comidas gordurosas e apimentadas (muito difícil pra uma gestante com desejos de pizzas e pimentas!)

- entre as refeições as frutas são uma ótima pedida: banana, melancia, melão.

- é importante se manter bem alimentada, comer sempre de 2/2 ou 3/3 horas o que se adequar ao seu ritmo - a fome costuma desencadear as náuseas.

- mas também não comer demais, até se 'empanturrar' (ou tomar água demais de uma só vez). O estômago da grávida esvazia mais lentamente, por isso, pequenas porções são mais bem toleradas.

- ande sempre com uma balinha de menta, gengibre ou simplesmente algo doce para manter o açúcar do sangue (bala de gengibre e gengibre cristalizado).

- o chá de gengibre também é uma excelente saída (não precisa nem adoçar, é delicioso. mas não abuse porque depois o enjoo vai ser dele!).

- prefira os líquidos frios, normalmente são mais bem tolerados.

- suco de laranja ou limonada (cítricas) aliviam.

- evitar lugares fechados e/ou com cheiros muito fortes (como a cozinha, até mesmo se o cheiro for daquela sua comida preferida).

- escovar os dentes e lavar as mãos!

- pratique atividades leves, como a caminhada - favorece a digestão, proporciona a sensação de bem-estar, alivia o estresse emocional, libera endorfina que melhora nossa disposição física e mental e até alivia dores.

- pensamento positivo: "Você pode aliviar o enjoo, focando-se em coisas positivas. Lembre-se, enquanto você está com a cara enfiada em algum lugar vomitando, outra pessoa está crescendo dentro de você!"

- o principal e se perceber, notar o que causa o enjoo e tentar evitar.

Valorize seus sintomas, dorzinhas, enjoos, cansaços - com bom senso, tudo isso significa que a gestação está indo bem, que o corpo responde exatamente da forma que tem que ser. Teoricamente uma gravidez com problemas não produziria os níveis adequados de hormônios e consequentemente esses sintomas tão intensos. Tudo isso também faz parte de uma gestação saudável!

Tente seguir/testar uma de cada vez e ver como se adequam ao seu organismo, depois venha contar como foi e deixe também a sua dica!


fontes: 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Parto só no hospital. E sem a sua doula.


Depois de tentar fechar a Casa de Parto David Capistrano Filho em 2009 e, mais recentemente, tentar uma retaliação ao médico paulista Jorge Kuhn por ter emitido em rede nacional o apoio ao parto domiciliar  e , deste modo, incentivarem a linda Marcha pelo Parto em Casa  o CREMERJ lançou semana passada duas novas resoluções que dispõem sobre a assistência ao parto.

As resoluções 265 e 266/12 do CREMERJ desceram mal na garganta de muitas mulheres.

Nelas o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro deixa claro, entre outras coisas, que o parto é um evento exclusivamente hospitalar, onde apenas o médico está capacitado para dar a assistência necessária e decidir quem pode estar presente neste momento único de nossas vidas.

Dizendo pensar no nosso bem-estar e de nossos filhos, eles deixam claro que o parto é tão seguro como uma bomba relógio e que a única assistência coerente para quem não quer se “arriscar” é estar com um médico , dentro de um hospital e envolta de equipamentos.

*** 

O CREMERJ proibiu qualquer participação médica no SEU parto domiciliar:
Enumerando riscos e responsabilidades com o bem-estar da sociedade, o CREMERJ VETA qualquer participação médica em partos domiciliares, casas de parto, assistência imediata a neonatos nascidos em domicilio. Eles ainda estimulam o “denuncismo” dentro de sua própria classe, tal qual na ditadura, com o intuito de que nenhum médico tente burlar as suas resoluções.

Não, eles não propõem a omissão de socorro em caso de urgências/emergências, mas, ao impedirem a atuação de médicos como backups de partos domiciliares ou realizados em casas de parto (sim, ainda temos uma aqui no Rio de Janeiro, embora vira e mexe eles tentem fechá-la!), acredito que para estimularem a omissão de socorro falta pouco.

***

Além de deliberarem sobre a atuação dos médicos de forma tão arbitral e nada baseada em evidências, fazendo o jogo baixo do terrorismo e denuncismo, eles resolveram, agora, deixar ainda mais claro que no parto mandam eles, e SÓ eles!
Isso mesmo: O CREMERJ proibiu a participação de doulas, obstetrizes e parteiras no SEU parto:

Dentro de suas deliberações, o CREMERJ institui o parto como um evento puramente médico-hospitalar, dá as costas para a medicina baseada em evidências e impõe que os partos de baixo risco sejam realizados exclusivamente em ambientes hospitalares e que, desta forma, só cabem aos médicos deliberarem quem pode estar presente nele.

Neste “saco de gato”, o CREMERJ coloca as Doulas, Obstetrizes, Parteiras e “etc” como personas non gratas dentro do ambiente hospitalar e impedidas de prestarem assistência à mulher - seja técnica, seja emocional.

Com a “desculpa” de pensar no que é melhor para VOCÊ, o CREMERJ mais uma vez tutela as mulheres e decide como deve ser o SEU parto.

Não se surpreenda, amiga, se você entrar para os 89% das mulheres cesareadas do Brasil. Lembre-se: o CREMERJ sabe o que fazer no SEU parto e está apenas pensando no seu bem-estar, mãezinha...

Agora, se você deseja retomar o protagonismo do seu parto, da sua vida, não fique aí sentada!

Você pode assinar a esta petição pública.

E pode se unir à Marcha pelo Parto Humanizado e mostrar para eles que estamos bem informadas, sabemos parir e temos o direito de escolher quem bem entendermos para nos prestar assistência no NOSSO parto! 


E você, querido médico, que fala abertamente que “adoraria” participar da equipe de parto domiciliar como backup, gostaria de poder dar assistência aos neonatos em domicilio após o parto, discorda das deliberações do CREMERJ quanto aos riscos intrínsecos do parto, quanto as possibilidades de assistência técnica, quanto ao trabalho das doulas... Lembre-se, o conselho também fala por você. Participe das reuniões, dos conselhos deliberativos, das eleições, mexa-se! Você também é parte importante desta engrenagem!


Gabriela Prado, psicóloga, doula do Núcleo Carioca de Doulas e mãe de dois, que nasceram em casa com enfermeira, mas tendo obstetra e pediatra de backup !!!!

sábado, 21 de julho de 2012

meu corpo, minhas regras - ou, não quero seu conselho



Tão perto de nós - de Floripa - tem um caso 'menor' mas tão perturbante quanto o do CREMERJ. O motivos usados aqui pela Clínica (e não, não é aquela com fama de cesarista) a menos de um mês, foram muito parecidos com os do Conselho. Segundo a pópria, as doulas podem contaminar o ambiente!
Ao meu ver é apenas um início para que tome logo as mesmas proporções, não só na nossa cidade e estado. Mas para que muitos outros hospitais e clínicas pelo Brasil comecem a usar esta nova resolução como brecha para que também proíbam primeiramente doulas, obstetrizes e parteiras em partos hospitalares como no Rio, como para que mais tarde inventem qualquer outra desculpa para boicotarem nossa autonomia diante NOSSO corpo e nosso parto! Quem sabe não proíbam qualquer acompanhante - direito por LEI, já que o risco é o mesmo!
Exagero? Se esses 'doutores' podem dessa forma ferir os direitos das mulheres cariocas o que impede que façam com todas nós brasileiras em tão pouco tempo - como o surgir dessa resolução absurda, de repente, após todo o movimento a favor do direito da mulher escolher onde 'pode'/vai parir!
Um parto obrigatoriamente hospitalar e obrigatoriamente seguindo as regras impostas dentro dele - onde escolhem nossa companhia, nos submetem a intervenções de rotina sem questionamentos, desrespeitando nossas vontades não é exatamente o que eu quero pra mim, nem minhas amigas, doulandas, nem para nenhuma mulher. O que inclui MINHA própria FILHA! E vocês querem?

Carta aberta em repúdio ao CREMRJ

"Como médica-obstetra, cidadã e ativista do Movimento pela Humanização do Parto e Nasci-mento no Brasil, venho tornar público o meu repúdio à resolução 266/12 do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ), que veta a presença de doulas, obstetrizes e parteiras em partos hospitalares.

Com essa resolução arbitrária e que não se justifica a partir da série de "considerandos" com que o CREMERJ inicia o seu texto, esse Conselho demonstra uma lamentável falta de conhecimento de todas as evidências científicas correntemente disponíveis pertinentes à importância das obstetrizes e doulas em um modelo de assistência obstétrica humanizado e centrado na mulher. Mais ainda, vai contra as diretrizes do Ministério da Saúde e a Política Nacional de Humanização da Saúde.
 
A participação das obstetrizes (profissionais formadas em curso superior de Obstetrícia) não somente integra o modelo transdisciplinar de assistência ao parto, mas tem demonstrado resultados SUPERIORES a outros modelos, como é bem demonstrado na revisão sistemática da Biblioteca Cochrane: em um modelo de atenção promovido por obstetrizes, as mulheres têm menor risco de hospitalização antenatal, de analgesia regional e parto instrumental. Têm maior chance de partos sem analgesia, parto vaginal espontâneo, maior sensação de controle durante o nascimento, atendimento por uma obstetriz conhecida e início do aleitamento. Adicionalmente, têm menor risco de experimentar perda fetal antes de 24 semanas e menor duração da hospitalização neonatal. A recomendação dessa revisão sistemática é que deve-se oferecer um modelo de atenção promovido por obstetrizes à maioria das mulheres e AS MULHERES DEVERIAM SER ENCORAJADAS A REIVINDICAR ESSA OPÇÃO.


Em relação às doulas, outra revisão sistemática da Biblioteca Cochrane incluindo 21 ensaios clínicos randomizados e mais de 15.000 mulheres avaliando os efeitos do suporte contínuo intraparto evidenciou que mulheres que receberam esse suporte tiveram maior chance de ter parto vaginal espontâneo, menor necessidade de analgesia de parto, menor risco de relatar insatisfação com a experiência de parto, menor duração do trabalho de parto, menor risco de cesariana, parto instrumental, analgesia regional e nascimento de bebês com baixos escores de Apgar no 5o. minuto. A análise de subgrupo evidenciou que o suporte contínuo intraparto era MAIS EFETIVO quando providenciado por DOULAS!


Em maio de 2012, eu tive a oportunidade de publicar um comentário para a Biblioteca de Saúde Reprodutiva (RHL) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Dra. Leila Katz, avaliando essa revisão sistemática da Cochrane. Em nosso comentário, PUBLICADO NO SITE DA RHL com o aval da OMS, nós concluímos que TODOS OS HOSPITAIS DEVERIAM IMPLEMENTAR PROGRAMAS PARA OFERECER SUPORTE CONTÍNUO INTRAPARTO, integrando doulas nos serviços de maternidade, UMA VEZ QUE OS MELHORES DESFECHOS MATERNOS E NEONATAIS SÃO OBTIDOS QUANDO O SUPORTE CONTÍNUO INTRAPARTO É OFERECIDO POR DOULAS. Essa estratégia é particularmente importante quando os gestores desejam reduzir as altas taxas de cesarianas em seus hospitais ou países.


No país campeão mundial de cesarianas, no qual nos deparamos com a vergonhosa taxa de 52% de cesáreas, que superam 80% no setor privado, situação que se repete no próprio Rio de Janeiro, onde a taxa de cesáreas na maioria dos hospitais privados ultrapassa 90%, o CREMERJ tem se omitido de forma indesculpável e, mais que isso, dá mostras de que pretende alimentar e perpetuar esse modelo perverso que tantos danos e sequelas tem provocado às mulheres brasileiras.
Em vez de combater a epidemia de cesarianas desnecessárias, o CREMERJ fecha os olhos à lamentável INFRAÇÃO ÉTICA das cesáreas SEM INDICAÇÃO MÉDICA, sob pretextos mal definidos por condições não respaldadas pela literatura. Diversos estudos demonstram que as absurdas taxas de cesárea nos hospitais brasileiros não ocorrem por pedido das mulheres, uma vez que a maioria das brasileiras continua demonstrando preferência pelo parto normal. O QUE JUSTIFICA ENTÃO TAXAS DE MAIS DE 90% DE CESÁREAS? Por que, em vez de fiscalizar, indiciar e PUNIR os médicos que ENGANAM suas pacientes e realizam cesarianas desnecessárias, infringindo assim o Artigo 14 do Capítulo III do Código de Ética Médica vigente em nosso país (que veda ao médico a realização de atos médicos desnecessários), o CREMERJ, na contramão das boas práticas baseadas em evidências, quer COIBIR estratégias que comprovadamente reduzem as taxas de intervenções e cesarianas desnecessárias?
Não podemos nos calar diante de tamanha arbitrariedade e tentativa de legislar sobre o corpo feminino, desrespeitando a autonomia e o protagonismo da mulher. O Conselho Federal de Medicina, o Ministério Público e o Ministério da Saúde devem ser notificados dessa tentativa absurda do CREMERJ de transformar o parto em um ato médico e desconsiderar tanto a atuação de outros profissionais no atendimento transdisciplinar ao parto e nascimento como o próprio DIREITO das mulheres de escolher COM QUEM querem ter os seus filhos e quem querem como acompanhantes nessa experiência única e transformadora do nascimento."

Melania Amorim, MD, PhD
Médica-obstetra
CRM - PB 5454CRM - PE 9627
Professora de Ginecologia e Obstetrícia da UFCG, Professora da Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil do IMIP, Pesquisadora Associada da Biblioteca Cochrane, Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Coordenadora do Núcleo de Parteria Urbana (NuPar) da Rede pela Humanização do Nascimento (ReHuNa)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

13 verdades sobre a Cesárea

  

Cesárea 171-I: Cordão enrolado
A verdade: quase um terço dos bebês nasce com circular de cordão. Mas a gelatina que recheia o cordão ajuda a impedir que os vasos se fechem. Além disso o bebê não respira dentro do útero!

Cesárea 171-II:
Pressão Alta

A verdade: A hipertensão é um problema grave, mas nos casos em que ela foge ao controle pode ser necessário induzir o parto normal.

Cesárea 171-III:
Bacia Estreita

A verdade: Impossível saber o tamanho da bacia por dentro e os ossos da cabeça do bebê são soltos e se sobrepõem para passar pela bacia materna.

Cesárea 171-IV:
Bebê Grande

A verdade: Impossível saber o peso do bebê pelo ultrasom e os ossos da cabeça do bebê são soltos e se sobrepõem para passar pela bacia materna.

Cesárea 171-V:
Passou do Tempo

A verdade: A gravidez humana normal vai até 42 semanas. Passado o prazo considerado seguro, pode ser necessário induzir o parto normal.

Cesárea 171-VI:
Parto Prematuro 

A verdade: Bebês prematuros nascem em melhores condições se for por parto normal

Cesárea 171-VII:
Diabetes Gestacional

A verdade: É uma condição em geral controlada com dieta, exercícios e medicamentos, e não tem qualquer relação com a via de parto. Nenhuma!

Cesárea 171-VIII:
Bebê fez cocô (mecônio) 

A verdade: O mecônio não é um problema, a não ser nos casos em que os batimentos cardíacos do bebê estão insatisfatórios, evidenciando sofrimento fetal. Mesmo assim a indicação é o sofrimento fetal, não o mecônio.

Cesárea 171-IX:
A bolsa rompeu e não teve contração 

A verdade: É só aguardar 24 horas e se não entrar em trabalho de parto, induzir. A indução pode levar até 48 horas para "engatar". Antibióticos podem prevenir infecção. Fácil convencer o GO de esperar 72 horas, não é mesmo?

Cesárea 171-X:
Não teve dilatação 

A verdade: Todas as mulheres dilatam se aguardar a fase ativa do trabalho de parto.

Cesárea 171-XI:
Não entrou em trabalho de parto

A verdade: Se não for colocada numa mesa cirúrgica, toda mulher entra em trabalho de parto.

Cesárea 171-XII:
Na consulta de pré natal o colo do útero está fechado

A verdade: O colo do útero em geral fica fechado. O que faz ele abrir são as contrações de trabalho de parto.

Cesárea 171-I:
Pouco líquido 

A verdade: A diminuição do líquido amniótico é normal e esperada no final da gestação. No caso de diminuição acentuada, pode ser necessário induizir o parto normal, o que pode levar até 48 horas. Fácil convencer o GO de esperar 72 horas, não é mesmo?

Por Ana Cris Duarte - Obstetriz - SP

Diretora do GAMA (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mensageiras da Luz, Parteiras da Amazônia - Parteiras do Amapá (Vídeo)



Documentário de Evaldo Morcazel (2003) sobre o cotidiano das parteiras do Amapá, abordando temas como miscigenação, religiosidade, ecologia, técnicas de parto e muito mais. Um importante retrato da ação e importância destas mulheres na Amazônia, a muitas gerações. São donas-de-casa, pescadoras, agricultoras e extrativistas de castanha, que deixam seus lares para auxiliar as parturientes a dar à luz. Recebem como pagamento um pouco de milho ou outro cereal, uma galinha caipira ou até mesmo uma pequena quantia que pode variar de R$10 a R$40. Mas muitas se recusam a receber qualquer tipo de pagamento, pois acreditam terem sido escolhidas por deus para a arte de "puxar barriga" e "pegar menino". O documentário entrevista mulheres de comunidades indígenas do Oiapoque, no norte do Estado, em povoados caboclos, também na comunidade negra de Cariaú, antigo quilombo na periferia de Macapá, e ainda no arquipélago de Bailique, na foz do rio Amazonas. Como são as técnicas tradicionais de cada uma dessas comunidades? Como são as rezas, preces, simpatias e cantorias religiosas? Quias medicamentos, ervas e unguentos são utilizados nessas regiões e em outros povoados do Amapá?



**Pesquisas recentes indicam que mais de 900 parteiras trabalham no Amapá. É o estado em que ocorre a maior quantidade de partos normais no Brasil. Cerca de 88% dos nascimentos são feitos deste modo.**

quinta-feira, 12 de abril de 2012

12 Mitos e Verdades sobre o Parto Domiciliar


Por Ana Cris Duarte - Obstetriz - SP 
Diretora do GAMA (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa)

Mitos do Parto em Casa I: a parteira chega a cavalo ou de bicicleta, e a tiracolo uma bolsa com 3 panos lavados e um livro de rezas.
Verdade: o material que vai no carro do profissional inclui oxigênio, máscara, ambu, material de sutura, anestésico local, instrumentos esterilizados, drogas para contenção hemorragia, luvas estéreis e outros 20 itens.

Mitos do Parto em Casa II: a parteira é uma senhora boa e rezadeira de 70 anos, que aprendeu o ofício com sua mãe.
Verdade: o profissional que atende parto domiciliar é médico, ou enfermeira obstetra, ou obstetriz, formados em cursos superiores e com experiência em atendimento de partos normais, com e sem complicações.

Mitos do Parto em Casa III: a ideia é nascer em casa custe o que custar, então se complicar, complicou, paciência.
Verdade: o parto começa em casa, mas acaba onde tiver que acabar. Se houver algum sinal de que talvez o parto possa vir a complicar, já é feita a remoção para o hospital.

Mitos do Parto em Casa IV: nos países da Europa onde existe o parto em casa, há uma ambulância na porta de cada mulher que está em trabalho de parto.
Verdade: PUTZ!!! Essa é a maior de todas as mentironas do século XXI! Não existe ambulância na porta em nenhum lugar do mundo!

Mitos do Parto em Casa V: qualquer mulher pode conseguir um parto em casa.
Verdade: mulheres que desenvolveram complicações não poderão ter um parto em casa, porque os riscos são aumentados.

Mitos do Parto em Casa VI: se o bebê precisar de alguma coisa, ele vai morrer.
Verdade: todo o material que tem para ajudar um bebê num hospital também está presente no parto em casa. Só não será possível fazer assistência a longo prazo pela falta de equipamento adequado.

Mitos do Parto em Casa VII: se a mulher "rasgar" ficará aberta para sempre, amém.
Verdade: o profissional tem todo o material para reparação de lacerações, do anestésico aos fios especiais de alta absorção.

Mitos do Parto em Casa VIII: um parto de baixo risco vira de alto risco de uma hora para outra
Verdade: menos de 1% das complicações acontecem de uma hora para outra. A maioria são longas evoluções de horas e horas, até se configurar uma mudança de faixa de risco.

Mitos do Parto em Casa IX: depois do parto fica a sujeira para a família limpar.
Verdade: faz parte do atendimento do parto a limpeza completa de todo o ambiente onde o bebê nascer, a retirada dos vestígios de sangue, e a arrumação.

Mitos do Parto em Casa X: o parto em casa está proibido ou os médicos estão proibidos de atender parto em casa.
Verdade: nâo existe qualquer proibição. O Conselho de medicina de SP publicou uma matéria de jornal interno dizendo que não aconselha. Isso não é proibição. O conselho tem todas as ferramentas legais para proibir, mas não o fez.

Mitos do Parto em Casa XI: há grande risco de contaminação, pois não é possível esterilizar a casa.
Verdade: primeiro que o hospital não é esterilizado, pelo contrário, está cheio de bactérias resistentes. Segundo, que o parto normal não ocorre em local estéril em qualquer lugar do planeta.

Mitos do Parto em Casa XII: o bebê tem que ficar em observação depois que nasce, por isso precisa de enfermeiros no hospital.
Verdade: o bebê fica em observação pela equipe após o nascimento e tal qual no hospital ficará em alojamento conjunto com a mãe, recebendo as visitas diárias até a "alta".