domingo, 31 de março de 2013

até a VEJA tá aprendendo

"No ranking da OMS, o Brasil aparece em segunda colocação entre os países com mais cesarianas. O Ministério da Saúde passou a ver com preocupação esse índice. Há um misto de comodismo e questões de mercado por parte dos médicos, que acabam evitando o parto normal ("O acompanhamento de um parto normal é complicado, principalmente nas grandes cidades, onde a vida do médico é corrida e ele tem vários empregos. Uma cesariana leva uma ou duas horas. Um parto normal pode demorar mais de seis horas, e a remuneração feita pelos planos de saúde é muito próxima. Isso passou a ser uma comodidade”, admite Desiré Callegari). Com os agendamentos, a tendência é de se encurtar a gravidez que resulta em um índice de nascimentos prematuros também alto. O Brasil não teve êxito na redução da mortalidade neonatal, que está diretamente ligada à proporção de nascimentos prematuros e de cesarianas antecipadas. O Responsável pelo setor de medicina fetal do Instituto ligado à Fiocruz e dedicado à saúde da mulher e da criança, vê na antecipação dos partos um risco para a saúde dos bebês. Nascer antes do tempo traz riscos principalmente para o sistema respiratório. Incapazes de respirar sozinhos, os recém-nascidos são afastados de suas mães e mantidos em UTIs neonatais. As cesáreas desnecessárias representam a principal causa da morte de recém-nascidos. A estimativa é de que um milhão de prematuros morram anualmente de complicações."

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terça-feira, 19 de março de 2013

de braço com o brax - ou contrações de treinamento

Quem é mãe já deve ter sentido o que é uma contração (vamos ser positivas!). Quando sente a musculatura da barriga toda dura, o que as vezes é meio incomodo, pode dar uma dorzinha, um desconforto, uma faltinha de ar. A sensação pode ser de que estão apertaaaando a barriga! Então, essa contração pode ainda não ser trabalho de parto (e no final da gestação mesmo, parece que nunca é)! Mas apenas um treinamento para o que ainda há de vir. 

As contrações de Braxton Hicks nada mais são do que isso mesmo, um treino do útero - um músculo - fazendo uma 'academia' pra estar prontinho pra hora do trabalho efetivo! Tem mulheres que não chegam nem a sentir, mas tem outras - como eu - que podem conviver desde as 16 semanas com elas, ou com sorte só bem mais tarde!

Muitas, nessa hora em que sentem as famosas contrações de treinamento, sem informação, correm pra maternidade, e dependendo de quantas semanas já estejam, já ficam por lá mesmo, acabam por induzir um '(falso) trabalho de parto que não está progredindo' e muitas vezes em uma cesárea por (falsa) falta de dilatação.

Elas podem ser desencadeadas por diversos motivos, se você, assim como eu, as sente constantemente, tem algumas formas de bem conviver com elas - pelo menos por alguns meses:
  • manter a hidratação - tomar sempre muita água, nunca chegar a 'sentir sede', pois é quando o organismo já está precisando muito de água!
  • mudar de posição, atividade - se estava de pé, sente. se estava sentada, ande um pouco. 
  • ir ao banheiro! - bexiga (ou reto) cheia(o) muitas vezes é o motivo. (e como não estamos acostumadas com o novo local que esses órgãos agora habitam, não nos damos conta que é a hora de ir)
  • tomar um banho morno pra relaxar - muito cansaço ou incomodações também podem despertar o tio brax!
Há outros estímulos que podem desencadear as 'falsas' contrações, mas não precisam ser evitados (preferencialmente não rs): exercícios físicos, o sexo!, simplesmente ficar alisando a barriga, ou pode até ser apenas pela movimentação do bebê.

Se mesmo sabendo desses motivos, ficar na dúvida se é ou não trabalho de parto ('pode ter certeza de que quando for você vai saber!' - frasezinha que irrita, mas é fato!) atente a outros sinais para saber diferenciar:


Principalmente, prestar atenção ao ritmo! Se possível, antes de correr pra maternidade, até que fique tranquila, confirmar se é um falso ou verdadeiro trabalho de parto, marque em um papel de quanto em quanto tempo elas vem e o tempo que duram (esse aplicativo também pode super ajudar)... Para que assim possa ter noção do ritmo em que estão vindo (se de 10 em 10 min., 5 em 5, -> 3 em 3 minutos é quando a doula aqui indica ser o momento de ir pra maternidade, se a ideia for essa !) Se houver perda de liquido amniótico ou secreção sanguinolenta (tampão mucoso) é sinal de que o trabalho de parto se aproxima!

Quanto mais próximo for chegando a data do parto, mais intensas e frequentes costumam ser as contrações de treinamento, o que vai nos deixando cada vez mais ansiosas, podendo confundir muuuitas vezes antes de ser de fato, pois elas vem e passam, pegam ritmo e param, vem fortes, diferentes, durando mais e de repente já estão tão iguais de novo! 

Aqui em casa já cheguei a dizer, 'da próxima lua não passa' por mais de uma vez, pois a cada lua cheia tem sido uma rotina de treino! Aproveite para isso mesmo, treinar! Seja a respiração, posições que mais te ajudam na hora da contração, que quando for pra por em prática acabará sendo instintivo buscar por elas.

Mariana Andrade

domingo, 17 de março de 2013

intervenções 'normais' do parto


Manobra de Kristeller 



Lendo uma ótima postagem no blog da Cy Scheffer - Rotinas do Parto NORMAL – o que eles fazem por você que mais atrapalha do que ajuda - Cria Minha - resolvi que iria repostá-la por aqui por achar necessária a divulgação. Como dito na postagem, informação: 'é FUNDAMENTAL para toda mulher que se ARRISCA a dizer que quer um parto normal hoje, 2013, no Brasil!' . 

Foi uma postagem que relembrou muito meus medo ao pensar em ir pra uma maternidade (completo 38 semanas de gestação hoje), no decorrer da leitura ia querendo acrescentar algumas observações, então decidi que faria uma nova postagem, sem tirar o crédito de quem me despertou a vontade !

Comentei a algumas semanas com o pai da minha filha que mostraria um vídeo de parto natural  (em casa, no hospital 1no hospital 2) - mãe ativa, delicioso, aproveitado! e de um parto 'normal' (vista da mãe, vista do médico) - sem nenhuma autonomia, feito pelo médico - só para que ele tenha noção (e dó) do que eu passaria e de que muitas passam (aflição define!). 

Pois ao entrar em uma maternidade, por mais que tenhamos nossos direitos por lei, nos submetemos as intervenções por de certa forma estarmos de acordo com a rotina hospitalar ( feitos em todas as parturientes sendo ou não necessário) ao decidir por uma maternidade. Então minha primeira sugestão é que, se você se importa com o seu corpo, a saúde e bem estar sua e do filho que vai chegar, investigue, pergunte a outras mães, ligue para a maternidade, questione! Não deixe essa 'responsabilidade' nas mãos dos outros (do marido, mãe, sogra, obstetra) porque não tomar decisão nenhuma também é uma escolha SUA! e consequentemente, sua responsabilidade.

Toda mulher, dentro dessa nossa cultura ocidental, ao se descobrir grávida, tem medo. Medo de como vai ser, se vai conseguir dar conta, medo do futuro, das novidades e a grande maioria MEDO DO PARTO! Quem não? De como vai ser, se vai dar tudo certo, se vai doer (?). Muitos medos se desfazem com informação! Mas esse medo de certa forma tem fundamento. Quantas histórias de horror ouvimos, antes, durante e continuam ainda depois do parto. A grande maioria das que passaram por intervenções acharam muito ruim e traumatizante até o parto! Quantas mulheres vocês conhecem que tiveram boas experiências de parto, que dizem o quanto foi gostoso e proveitoso parir. Eu sou uma que digo, mas por ter sido (natural, porém) hospitalar, acredito que ainda tem muito mais! Não sofri a grande maioria dessas intervenções, mas algumas coisas que aconteceram no decorrer do meu trabalho de parto considero desnecessárias e com certeza prejudicaram minha experiencia.

"Há pouco tempo atrás, lugar de nascer era em casa. Com a tecnologia avançando e a quantidade de hospitais aumentando, o parto foi transferido para os hospitais e o processo natural, cada vez mais passou a receber intervenções para "agilizar e facilitar" o trabalho dos médicos, mas a qualidade de atendimento ao parto só piorou. Todo processo fisiológico (comer, fazer sexo, urinar, defecar, parir) está, em nós, pronto para ser realizado de forma natural, e quando tentamos "modificá-lo" por algum motivo, isso consequentemente, vai se tornar incomodo, porque não faz parte da nossa natureza."¹

Nessa gravidez minha pretensão é ter meu parto em casa (pra enlouquecer marido, mãe, sogra...). Mas eu (além de ser dona do meu corpo!) por trabalhar como doula e ver o que e como acontece e por me informar! tenho noção do que é a violência obstétrica. E por mais 'linda e cor de rosa'  que tenha sido minha primeira experiência (sorte com a equipe de plantão em uma maternidade dita humanizada) sei que, por fim, muitas coisas só acontecem por ser em um hospital/maternidade... Onde a mulher acaba ficando numa posição totalmente passiva, por ser apenas uma contra todos. Ter que 'lutar' contra, em um momento em que o melhor é se ter paz, não é exatamente o que procuro pro nascimento da minha filha.

Como pode-se assistir nos vídeos (linkados no início da postagem) o parto natural é aquele que acontece, como o nome já diz, naturalmente, sem que ninguém intervenha, além da mãe e do bebê! "Já o chamado parto 'normal' hospitalar é na verdade, uma série de procedimentos médico que culminará com a extração vaginal de um feto, que passará a se denominar neonato"².

Lembrando que essa lista pode variar, de acordo com cada maternidade e equipe:

  • Isolar a mulher, impedindo-na de ter o acompanhante que escolher - seja companheiro, doula, mãe, vizinha... direito garantido por Lei Federal, (Lei é 11.108), datada de 07 de abril de 2005, também chamada de Lei do Acompanhante.

  • Jejum, de água e comida - a mulher fica sem poder comer ou tomar água durante todo o período de trabalho de parto. Mais um dos motivos pra não ir cedo a maternidade. (Por esse motivo tive de tomar gotas de glicose no período expulsivo do parto, pois não tinha mais energia. Desnecessário!)

  • Tricotomia - raspagem dos pelos pubianos. Além de não ter indicação, apenas na 'facilitação do trabalho do médico', seja para a episiotomia ou depois para a episiorragia (sutura). Imagina pelos crescendo, coçando junto aos doloridos pontos lá embaixo (por episio ou laceração)? Totalmente desnecessário.
  • Lavagem intestinal (enema) - lavagem intestinal é desconfortável e desnecessária se vocês tem funcionamento normal do intestino. No entanto, se você estiver constipada, pode desejar uma 'aplicação', mas não é imprescindível. E independente de lavagem ou não, a mulher pode defecar na hora do expulsivo. Isso é totalmente normal, afinal é da nossa fisiologia. NO geral, nosso intestino faz o trabalho sozinho, preparando-se para o parto, limpando horas antes do trabalho de parto começar.
  • Exame de toque - exames vaginais frequentes e repetidos, muitas vezes feito por mais de um prestador de serviços. Os médicos utilizam para ver a dilatação do colo do útero. Há médicos que fazem no pré-natal depois das 40 semanas, alguns já a partir da 37ª. Absurdo! Um abuso! Nosso corpo apresenta 'sinais' de dilatação, como a perda do tampão, cólicas ou contrações. Portando, exame de toque, antes do trabalho de parto é desnecessário. Se não quiser fazer, negue mesmo! Pouquíssimas mulheres tem dilatação antes da hora, muitas vezes causada apenas pelo peso do bebê. A dilatação só acontece mesmo depois que a mulher entra em trabalho de parto, então, para que fazer antes? (Uma obstetriz de SP diz que um pré-natal com toque é com ou sem diversão!) Durante o trabalho de parto, os sinais de intensidade de contrações e duração indicam a dilatação, não é preciso fazer 'toque' pra saber. E de qualquer forma o bebê nasce. Sabendo-se ou não a dilatação. Mas se você ainda assim quiser sabe, pode pedir ao seu médico. Há profissionais que conseguem fazer o exame de forma quase indolor. Busquem bons profissionais!
  • Sorinho, Pitocina, Ocitocina - hormônio sintético que faz as contrações durarem mais tempo e serem muito mais doloridas, fazendo com que a mulher entre no ciclo: dor absurda > anestesia > falta de contração > cesárea por (falsa) falta de dilatação. A pitocina pode ser 'necessária' quando depois de muitas horas sem evoluir no trabalho de parto, que não precisa ser necessariamente injetada na veia, pode ser inalada, se a mulher estiver cansada e sem contrações eficientes. Mas tudo deve ser discutido com ela, apresentando os prós e contras. Muitas vezes já é colocado na mulher assim que entra na maternidade, sem questionar ou ver necessidade. Outras vezes já se deixa a 'cânula' (veia aberta) para que a qualquer momento que convir ao médico seja utilizado (normalmente bata com a hora de troca de plantão!).
  • Comprimidos para indução - colocados na vagina. Pode ser pior que a indução com ocitocina sintética.
  • Rompimento artificial da bolsa (amniotomia) - o liquido amniótico contido na bolsa tem um efeito de proteção, equalizando a pressão sobre o bebê, o que resulta em menos pressão na cabeça. O rompimento artificial da membrana aumenta as chance de infecção e cria um limite de tempo para o parto. Só deve ser feito com o consentimento da mãe e depois de esclarecidos prós e contras. Mas é feito rotineiramente durante o início de trabalho de parto, para 'acelerar'. O que muitas vezes nem acontece (vem o mito da 'falta de dilatação de novo).
  • Imobilização -  uso rotineiro da Posição Supina, normalmente durante o trabalho de parto para melhor organização das 'parturientes' pela equipe em trabalho e a Posição de Litotomia, no período expulsivo, a posição de frango assado, ginecológica, muitas vezes até com as pernas AMARRADAS nas perneiras! pra facilitar o 'trabalho' do médico.
  • Cardiotoco, monitorização fetal contínua (cinta amarrada na barriga) - é usado para verificar os batimentos do bebê. Não precisa ser constante, mas muitos médicos utilizam durante todo o trabalho de parto e o pior, com a mãe na posição deitada, impedindo-a de se movimentar para o parto, causando desconforto e levando-a para o ciclo: dor absurda > anestesia > falta de contração > cesárea por (falsa) falta de dilatação ou um parto 'sofrido'. O monitoramento pode ser feito por aquele aparelho  de escuta do coração do bebê, sem precisar prender a mãe em uma cama. Ou ainda, pode ser feito de forma intermitente, mas nunca de forma constante porque é totalmente desnecessário. (Em muitas maternidades esse aparelho nem funciona direito, o que pode ser utilizado para dizer que o bebê está em -falso- sofrimento).
  • Anestesia ou Analgesia - controle da dor através da aplicação de um medicamento que faz com que a mulher não sinta a dor das contrações e consiga relaxar. Pode ser útil para uma mulher que está a muitos dias sem dormir, sem comer, poder conseguir descansar por algumas horas para depois continuar o processo do trabalho de parto mais tranquilamente. Cada uma tem um limite para a dor, e se a mulher, depois de passar por todo tipo de método para o alivio da dor não farmacológicos, achar que precisa mesmo, deve combinar com o médico como deve ser feita. Para que o trabalho de parto não deixe de evoluir, as vezes uma pequena dose de medicamento já ajuda bastante. a. Para que o trabalho de parto não deixe de evoluir as vezes uma pequena dose de medicamento já ajuda bastante. Porém os efeitos colaterais podem afetar a mãe e também o bebê (nascer drogado), o trabalho de parto pode estacionar, e iniciar uma cascata de intervenções contrações não eficientes > ocitocina sintética para retomar > episiotomia > fórceps e por fim ser "necessário" uma cesárea.
  • Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto. (Intervenção feita no meu parto "humanizado" com uma querida senhora me gritando "Quer que teu bebê nasça no corredor??")
  • Fórceps - é utilizado quando a mãe após horas de expulsivo, não consegue por o bebê para fora e este fica no canal do parto sem conseguir sair. Mas são casos raros de real necessidade. Muitas vezes a mulher trocando de posição, já facilitada a saída do bebê. Portanto, é preciso ter bons profissionais em que se possa confiar de que um forceps foi mesmo necessário e não "despreparo" e "medo" do médico apressado.
  • Manobra de Kristellerpressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto. É aquela manobra em que um enfermeiro ou anestesista (geralmente é o maior da equipe) sobe em cima da mãe e empurra o bebê por cima da barriga dela. Já é proibido em alguns países. Outro absurdo! Usado por falta de preparo e paciência dos profissionais que atendem partos. Essa manobra pode causar até morte materna ou fetal. Não aceitem peloamordedeus!
  • Força conduzida - esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsava) durante o período expulsivo. (também tive essa 'intervenção', na transferência de uma sala para outra, minhas contrações pararam, a equipe desespera pois não tem como monitorar o bebê), E também o Estímulo para o Puxo, quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.
  • Puxar o bebê pra fora depois que a cabeça sai, manipulação ativa do feto no momento do nascimento - quando o bebê 'nasce com a clavícula quebrada', e a culpa acaba sendo do parto normal, não do médico, nunca. (Tive a 'benção' de ter meu parto em um Hospital Universitário em que a residente foi testar a 'manobra' conosco. O vídeo do parto chega a ser cômico se não fosse trágico, ela puxa, puxa, puxa, pra cima, pra baixo, pra cá, pra lá, olha pro 'professor' como quem diz 'nao deu', cede o espaço pra ele, que explica EM MIM, sem tirar o bebê para que a 'aluna' volte e termine o que começou. Excelente!)
  • Episiotomia - é o corte feito entre a vagina e o ânus para facilitar... o trabalho do médico! Porque no geral, quando se espera com calma o bebê nascer no seu tempo e com a vontade natural da mãe empurrá-lo com os 'puxos' dificilmente ocorrem lacerações. É uma mutilação vaginal sem função, que já teve sua necessidade derrubada em 1985 e até hoje fazem em TODAS - ou quase todas, e normalmente sem pedir autorização, simplesmente cortam. Isso é crime, lesão corporal! Pode até ser 'necessário' se a mãe estiver horas no expulsivo sem conseguir parir, estiver muito cansada, ou se fez analgesia e não consegue fazer a força adequadamente para expulsar o bebê. (Feito 'necessariamente' muitas vezes por conta da posição disfuncional em que a mulher é obrigada a ficar para que o médico trabalhe melhor.) É algo que deve ser discutido e analisado sobre prós e contras! Mais informações
  • Clampeamento imediato do cordão - é comprovadamente indicado que se espere o cordão parar de pulsar para que se clampeie e corte. "Quando o bebê nasce, 1/3 de seu sangue ainda está na placente. O sangue desse cordão, que é de fato o depósito de sangue da placenta do bebê, é rico e único, contendo células-tronco, ferro, oxigênio, hormônios e enzimas. Esse sangue é para garantir aos órgãos vitais do bebê a quantidade total de sangue de placenta necessária para uma ótima saúde neonatal".³ 
E além dessas intervenções no trabalho de parto, há procedimentos também no pós parto com, a agora, puérpera e também com o recém nascido... Alguns procedimentos, a maioria deles, são discutíveis. Outros "podem até ser úteis em casos específicos, o que não justifica que sejam utilizados em todos os casos (como é feita a rotina hospitalar). E muitos deles são comprovadamente considerados dispensáveis e até prejudiciais (OMS) à saúde da mãe e/ou do bebê e ao bom andamento do parto"².

Não caia na ilusão da escolha, marcando uma cesárea como fuga. 'As cesarianas são cirurgias de grande porte, com um risco intrínseco de desfechos maternos graves e que somente deveriam ser realizadas quando há um claro benefício que compensasse custos maiores e riscos adicionais associados'.* Informe-se e busque ter seus desejos atendidos! 

Se tais procedimentos é tudo o que você NÃO quer no seu parto (corra Lola, corra), busque na sua cidade uma equipe humanizada que atenda na maternidade escolhida, uma parteira, ou casa de parto. Uma doula pode te ajudar nessa busca. A doula não pode optar por você, mas vai te ajudar com informações, a elaborar um plano de parto, te contar sobre os procedimentos em cada maternidade e a sua fama. Pode também te acompanhar, estar junto a você, te resguardando, protegendo o seu parto. Para que você, seu bebê e suas decisões sejam respeitadas. 


"Mais vale lutar ou submeter-se?"

sexta-feira, 1 de março de 2013

10 técnicas para gerenciar a dor no Parto Natural

por michelle - The Parent Vortex

Minha vizinha está esperando seu primeiro bebê nascer a qualquer momento, e vê-la tão cheia de expectativa está me deixando nostálgica, recordando meu primeiro parto. Então, este post é para todos vocês mães de parto natural, passado, presente e futuro: uma coleção de técnicas de gestão da dor, livre de drogas para o parto. 

1. Concentre-se na respiração. Se eu tivesse que escolher apenas uma técnica de controle da dor, seria esta. Mantenha o controle da respiração, mantendo as exalações tão longas, suaves e prolongadas quanto possível. Não se preocupe com as inalações, que irão acontecer por conta própria. Esta técnica me ajudou a sentir como eu estava indo a cada contração, ao invés de ser golpeada por elas. Minha professora de yoga disse, "a respiração é o bote salva-vidas que vai levar você através dos mares tempestuosos do nascimento." Ela sabia do que estava falando. 

2. Balance e rebole. Rodas o quadril e a pélvis não só acalma e tranquiliza, como também aumenta a intensidade das contrações, aumentando a pressão da cabeça do bebê sobre o colo do útero e incentiva o bom posicionamento fetal. 

3. Fique de pé. Use posições de parto ativo, como se inclinar, dançar, andar, 'pular' em uma bola de pilates, balançar em quatro apoios. Andar para trás e para frente até o banheiro. Para cima e para baixo na sala. E descançar a cabeça em algo macio entre as contrações. 

4. Fora de área. Deixe o resto do mundo cuidar de si mesmo. Permita que a lógica, a mente analítica, se acalme. Para mim, isso significa NÃO cronometrar minhas próprias contrações. 

5. Renda-se à força da vida que flui através de você. Encontre essa profunda fonte de força interior. 

6. Visualize uma flor se abrindo.

7. Diga SIM. Sim, eu vou encontrar o meu bebê em breve. Sim, estou progredindo no trabalho de parto. Sim, cada contração me traz mais perto do nascimento. 

8. Faça gemidos. Vocalize outros sons baixos, guturais, especialmente durante a expiração. 

9. Mantenha a boca, maxilar e face relaxada. Tensão no rosto pode refletir em tensão no assoalho pélvico, e vice-versa. 

10. Pratique diferentes técnicas de gestão da dor, antes do parto. Então você poderá fazê-los depois sem ter que pensar neles. Birthing from Within (Parto que vem de Dentro) é um grande recurso para a prática de gestão da dor.

Não há forma melhor de se preparar para o parto natural durante a gravidez, do que escolher um profissional que dê suporte, cuidados e informações sobre a fisiologia do parto e nascimento (como uma doula ou educadora perinatal). Quando se trata de um parto livre de drogas, você não tem que ser uma super-heroína sem ter nenhum alívio para dor. Se você tentar todas estas técnicas e acabar precisando de uma analgesia peridural, tudo bem também. Mas com uma gravidez saudável, uma boa preparação e um arsenal de poderosas técnicas naturais para alívio da dor, um parto natural, livre de drogas é possível para toda mulher!

**tradução livre: Mariana Andrade