sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O parto não é um evento da medicina

LUIZ ROBERTO LONDRES

Desmedicalizar a saúde e desospitalizar a doença. 

Foram esses alguns dos muitos princípios que aprendi ao longo de meu curso médico, da minha atuação em consultório e em hospitais e, mais tarde, no intenso convívio com figuras ímpares em nossa atividade. 

Há 47 anos dirijo um hospital geral no qual, por muitos anos, havia uma maternidade. Convivi com colegas importantes e representativos da obstetrícia, com um intenso movimento de internação. 

Havia, entre eles, diferenças de posturas e de estatísticas, como no tempo de internação ou da utilização da sala cirúrgica, fosse por parto normal, fosse por uma operação cesariana. A seu lado, acompanhando as suas pacientes, estavam parteiras que se revezavam e ministravam cuidados pré e pós-parto. 

Elas, muitas vezes por impedimento do médico, faziam o parto de suas clientes. O sucesso de sua atuação e a satisfação pelo seu atendimento era uma unanimidade. 

O parto --e é importante que isso seja reconhecido-- não é um evento da medicina, é um evento da vida. 

Ele só passa a ser objeto da ação médica quando sua evolução aponta ou demonstra uma dificuldade ou uma anormalidade. E isso costuma ser detectado através de um bom acompanhamento pré-natal. 

Essa é a principal conscientização que deveria ser feita por aqueles que têm a missão de velar pela boa medicina. Como também em relação ao índice absurdo de operações cesarianas, em que o Brasil é um dos campeões mundiais. Em nosso país, o índice está em quase 50%. Na saúde privada, ronda os absurdos 80%. Essa é a grande distorção que hoje vive a nossa obstetrícia. 

Um documento do Ministério da Saúde de 2010 diz que "o parto e o nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais inserem-se no contexto das ações básicas de saúde". Em países de reconhecida qualidade de atendimento médico como Japão, Inglaterra, Suécia, Itália, França, Alemanha, EUA, Nova Zelândia, Austrália e Áustria há movimentos pela desospitalização do parto. 

Neste mesmo documento, há esta citação: "A hospitalização e o maior domínio das técnicas ampliaram as possibilidades de intervenção, tendo como um de seus resultados o progressivo aumento de cesarianas desnecessárias, aumentando os riscos à saúde para mulheres e bebês e implicando em elevação de custos para o sistema de saúde". 

Uma publicação da Organização Mundial de Saúde, "Having a Baby in Europe", diz que nunca foi provado que hospitais são locais mais seguros do que o domicílio para uma mulher que desenvolve uma gestação sem complicações. Diz ainda que estudos de partos domiciliares programados, em países desenvolvidos, mostram que as taxas de complicações e morte para mãe e filho são iguais ou melhores que as dos hospitais nos casos semelhantes. 

E então? Vale mais a resolução 265 de 2012 do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que proíbe médicos de assistirem partos domiciliares e a presença de parteiras nos partos hospitalares, ou o exposto por entidades como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde? Ou simplesmente nosso bom senso? 

LUIZ ROBERTO LONDRES, 71, médico e mestre em filosofia pela PUC-RJ, é presidente da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

aliviando os enjoos

praticamente toda gestante sabe o quanto é incômodo aquele enjoo 'matinal' do início da gestação (e que acompanham algumas o dia inteiro e por vezes até o bebê nascer!) e para aliviar de forma natural aqui vão algumas dicas para o dia-dia

- se o enjoo já vem pela manhã, assim que põe o pé pra fora da cama, procure ter a mãos água e algumas bolachinha de água e sal para comer antes mesmo de se levantar. Isso "acalma" o estômago.

- descansar bastante! se não tiver hora para levantar, se renda um pouco a preguicinha necessária, descanse o quanto puder. O estresse e a ansiedade são fatores psicológicos que podem desencadear os enjoos e a melhor  maneira de evitá-los é fazendo repouso. Além disso, quando estamos em repouso, nossos corpo consegue direcionar o fluxo sanguíneo para funções específicas do corpo, como a digestão, acelerando o processo.

- experimente ingerir alimentos de grande teor proteico ou de grande teor de carboidratos (como amendoins, nozes e granola). Estes alimentos ajudam a absorver o excesso de ácido estomacal e o açúcar no sangue, que pode levar ao enjoo.

- coma o que sentir vontade (aproveite os 'desejos'). É melhor comer qualquer coisa do que nada.
- evitar comidas gordurosas e apimentadas (muito difícil pra uma gestante com desejos de pizzas e pimentas!)

- entre as refeições as frutas são uma ótima pedida: banana, melancia, melão.

- é importante se manter bem alimentada, comer sempre de 2/2 ou 3/3 horas o que se adequar ao seu ritmo - a fome costuma desencadear as náuseas.

- mas também não comer demais, até se 'empanturrar' (ou tomar água demais de uma só vez). O estômago da grávida esvazia mais lentamente, por isso, pequenas porções são mais bem toleradas.

- ande sempre com uma balinha de menta, gengibre ou simplesmente algo doce para manter o açúcar do sangue (bala de gengibre e gengibre cristalizado).

- o chá de gengibre também é uma excelente saída (não precisa nem adoçar, é delicioso. mas não abuse porque depois o enjoo vai ser dele!).

- prefira os líquidos frios, normalmente são mais bem tolerados.

- suco de laranja ou limonada (cítricas) aliviam.

- evitar lugares fechados e/ou com cheiros muito fortes (como a cozinha, até mesmo se o cheiro for daquela sua comida preferida).

- escovar os dentes e lavar as mãos!

- pratique atividades leves, como a caminhada - favorece a digestão, proporciona a sensação de bem-estar, alivia o estresse emocional, libera endorfina que melhora nossa disposição física e mental e até alivia dores.

- pensamento positivo: "Você pode aliviar o enjoo, focando-se em coisas positivas. Lembre-se, enquanto você está com a cara enfiada em algum lugar vomitando, outra pessoa está crescendo dentro de você!"

- o principal e se perceber, notar o que causa o enjoo e tentar evitar.

Valorize seus sintomas, dorzinhas, enjoos, cansaços - com bom senso, tudo isso significa que a gestação está indo bem, que o corpo responde exatamente da forma que tem que ser. Teoricamente uma gravidez com problemas não produziria os níveis adequados de hormônios e consequentemente esses sintomas tão intensos. Tudo isso também faz parte de uma gestação saudável!

Tente seguir/testar uma de cada vez e ver como se adequam ao seu organismo, depois venha contar como foi e deixe também a sua dica!


fontes: